
As presidências da COP29, no Azerbaijão, e da COP30, no Brasil, anunciaram, nesta quarta-feira (5), um plano estratégico para mobilizar, até 2035, pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento. O acordo é assinado por Mukhtar Babayev e André Corrêa do Lago, que afirmam ser uma meta viável, mas dependente de novos mecanismos e do esforço conjunto da comunidade internacional.
Na COP29, países mais ricos prometeram US$ 300 bilhões anuais às nações em desenvolvimento, mas estimativas indicam que o volume ideal seria de ao menos US$ 1,3 trilhão por ano para atender à demanda mundial em adaptação, mitigação e perdas e danos.
O plano, batizado de Mapa do Caminho de Baku a Belém, define cinco frentes prioritárias:
- Reabastecimento de subsídios, financiamento concessional e capital de baixo custo
- Reequilíbrio fiscal e sustentabilidade da dívida
- Redirecionamento de financiamento privado e redução do custo de capital
- Reforço da capacidade de execução de portfólios climáticos em larga escala
- Reformulação de estruturas para fluxos de capital mais justos
A proposta é garantir que países em desenvolvimento tenham mais acesso ao dinheiro necessário para acelerar projetos de adaptação, energia limpa, proteção da natureza, sistemas alimentares sustentáveis e ações relacionadas a perdas e danos.
Ontem (4), durante agenda no Pará, o presidente Lula voltou a defender que populações que vivem da economia da floresta recebam pagamento por atividades sustentáveis. Ele reforçou que a preservação da Amazônia só será possível com financiamento contínuo.
“Não adianta falar que ela é o coração do mundo e achar que isso basta. Aqui vivem quase 30 milhões de pessoas, muitas dependem da floresta para sobreviver. É preciso financiamento para que sejam motivadas a não derrubar árvores e possam garantir seu sustento com o trabalho que realizam”, afirmou.
Babayev destacou que os compromissos climáticos de 2030 e 2035 podem transformar promessas em desenvolvimento real, com empregos e prosperidade sustentável. Segundo Corrêa do Lago, o plano inaugura uma fase de mais transparência no financiamento climático, conectando a urgência científica a medidas econômicas viáveis.


