A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, e na casa da deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) e do empresário Renildo Lima, nesta quarta-feira, 30. A ação faz parte de uma investigação sobre compra de votos nas eleições municipais de 2024 em Roraima.
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Além dessas diligências, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) do Estado, Igo Brasil, também foi alvo da Operação Caixa Preta, que investiga crimes eleitorais. No total, houve a execução de oito mandados de busca e apreensão, incluindo um bloqueio judicial de R$ 10 milhões nas contas dos investigados.
Detalhes da investigação contra o presidente da CBF


Segundo informações da Polícia Federal, as investigações tiveram início depois que Renildo Lima foi preso com R$ 500 mil durante o contexto das eleições municipais, em setembro de 2024. Parte do dinheiro estava na cueca do empresário.
Em nota oficial, a CBF relatou que agentes da PF foram até a sua sede, no Rio de Janeiro, entre 6h24 e 6h52, por determinação da Justiça Eleitoral de Roraima. Em nota, a entidade destacou que “a operação não tem qualquer relação com a CBF ou futebol brasileiro e que o presidente da entidade, Samir Xaud, não é o centro das apurações”.
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A CBF esclareceu que não recebeu informação oficial sobre o objeto da investigação e que não teve equipamentos nem materiais recolhidos e afirmou que Xaud permanece “tranquilo e à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários”.
Samir Xaud, médico de formação e nascido em Boa Vista, assumiu a presidência da CBF em maio deste ano, sendo o oitavo a ocupar o cargo e o mais jovem, com 41 anos. Ele faz parte do MDB e já disputou uma vaga de deputado federal pelo partido em 2022, mas não foi eleito. Seu pai, Zeca Xaud, preside a Federação Roraimense de Futebol desde 1975.
Perfil dos outros envolvidos


Helena da Asatur, única mulher representante de Roraima na Câmara dos Deputados, tem 48 anos, nasceu em Tocantins e cresceu em São João da Baliza (RR). Eleita em 2022 com quase 16 mil votos, ela está no primeiro mandato e é empresária no setor de transportes, formada em ciências biológicas pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). Declarou R$ 10 milhões em bens ao Tribunal Superior Eleitoral no último pleito.
A Asatur, empresa da família de Helena, atua há mais de 20 anos no transporte entre Boa Vista e Manaus, sendo avaliada em R$ 11,1 milhões. O marido, Renildo Lima, é sócio majoritário com uma das filhas do casal. O grupo familiar também possui a Voare Táxi Aéreo, única empresa de táxi aéreo privado em Roraima, e conta com dez agências no Estado.