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Presos em tempestade, cientistas passam Natal na Antártida

Na noite de Natal de 2024, oito cientistas enfrentaram uma situação desafiadora na Antártida. Presos por uma tempestade na Ilha Mill, eles foram obrigados a passar a noite em uma pequena barraca vermelha.

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A missão científica, liderada pelo pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Filipe Gaudie Lindau, tinha como objetivo a coleta de amostras de gelo para análise de dados sobre a atmosfera, poluição e microplásticos.

As condições iniciais eram favoráveis, com temperaturas entre -1°C e -2°C, permitindo que os pesquisadores iniciassem a perfuração do gelo. Este processo que pode durar de quatro a seis horas.

O objetivo era obter cilindros de até 10 metros de profundidade. Durante a perfuração, os cientistas coletaram testemunhos específicos de 3 metros, focados na detecção de microplásticos, filtrando a cada metro com diferentes tamanhos de poro.

Desafios e acampamento de emergência na Antártida

Acampamento de emergência na AntártidaAcampamento de emergência na Antártida
Acampamento de emergência na Antártida | Foto: Anderson Astor e Marcelo Curia/ICCE

No entanto, o tempo mudou rapidamente. Ventos fortes e baixa visibilidade forçaram o grupo a montar um acampamento de emergência. Eles haviam desembarcado do helicóptero com equipamentos essenciais para acampar por pelo menos cinco dias. Essa é uma precaução necessária na Antártida, onde as condições meteorológicas podem se alterar bruscamente.

Comunicaram-se com o navio quebra-gelo, mas foram informados que o resgate imediato não seria possível, em razão da severidade do clima. Mesmo diante das dificuldades, o grupo manteve o espírito natalino com um brinde simbólico, usando uma bebida trazida em suas mochilas.

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“Foi um Natal bem rústico, mas a experiência nos deixou confiantes. O imprevisto não nos pegou de surpresa,” relataram os cientistas, destacando a resiliência e o planejamento cuidadoso da equipe.

A previsão do tempo indicava que a tempestade poderia durar até três dias, mas, depois de 33 horas, o clima melhorou, permitindo que prosseguissem com suas atividades. Com o fim de janeiro de 2025 como prazo para retornar ao Brasil, os pesquisadores seguiam com a missão de coletar dados essenciais para entender mudanças climáticas, cruzando informações obtidas no gelo com registros de satélites.

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