
A indústria brasileira de alimentação animal registrou alta de 2% na produção de rações entre janeiro e setembro de 2025, totalizando 66,5 milhões de toneladas, segundo prévia divulgada pelo Sindirações. A projeção da entidade é encerrar o ano com 90 milhões de toneladas, avanço de 2,8% sobre 2024.
O número considera apenas rações, o volume de sal mineral será adicionado no balanço consolidado. A soma dos dois segmentos compõe o desempenho geral do setor.
Para o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani, o resultado demonstra a resiliência da cadeia de alimentação animal. “A indústria permanece resiliente mesmo diante das incertezas globais, sustentada por eficiência, inovação e forte base produtiva”, afirma.
Avicultura mantém estabilidade apesar de embargos sanitários
A avicultura de corte consumiu 28 milhões de toneladas de rações até setembro, mantendo estabilidade mesmo após os embargos relacionados à influenza aviária. Segundo a ABPA, a produção de carne de frango deve superar 15 milhões de toneladas em 2025, impulsionada pelo consumo interno, hoje estimado em 47,8 kg por habitante ao ano.
Zani destaca a maturidade tecnológica do setor. “O dinamismo da avicultura reflete previsibilidade nutricional e capacidade de resposta diante das adversidades”. A previsão é chegar a 37,9 milhões de toneladas de ração até dezembro.
Postura avança com demanda firme e produção em alta
O consumo de rações na postura comercial somou 5,6 milhões de toneladas até setembro, impulsionado pela demanda doméstica por ovos. Segundo o IBGE, a produção nacional avançou 2,8% na comparação entre os terceiros trimestres de 2024 e 2025.
A expectativa é encerrar o ano com 7,4 milhões de toneladas. Para Zani, o ovo segue como proteína estratégica. “É acessível, nutritivo e sustenta o crescimento contínuo do setor de postura”.
A suinocultura consumiu 16,4 milhões de toneladas de rações entre janeiro e setembro. Apesar da leve sobreoferta no mercado interno, as exportações seguem firmes, mantendo o setor estável. A projeção é encerrar 2025 com 22 milhões de toneladas consumidas.
“A suinocultura brasileira demonstra elevada eficiência zootécnica e adaptação aos movimentos de mercado”, destaca Zani.
Leite: produção cresce, mas demanda limitada segura avanço
A pecuária leiteira registrou alta de 8% na captação formal, favorecida pelo clima e por custos operacionais estáveis. Porém, a demanda retraída e a maior presença de importados limitaram o desempenho.
O consumo de rações no segmento somou 5,6 milhões de toneladas, com previsão de chegar a 7,3 milhões até o final do ano. Segundo Zani, “a pecuária leiteira exige reinvenção permanente para enfrentar a concorrência e ganhar eficiência.”
Bovinos de corte têm melhora de margens em 2025
O segmento consumiu 5,3 milhões de toneladas de rações até setembro. A queda do custo dos concentrados, a reposição mais barata e a arroba estável ajudaram a melhorar as margens, especialmente no segundo giro do ano.
A previsão é superar 7,7 milhões de toneladas até dezembro. “O confinamento se consolida como peça-chave para regular oferta e ampliar produtividade”, afirma.
A aquicultura consumiu 1,3 milhão de toneladas de rações nos nove primeiros meses de 2025. A piscicultura industrial sentiu efeitos do tarifaço dos EUA e da concorrência asiática, enquanto a carcinicultura avançou com automação e manejo preciso, aumentando produtividade por hectare.
A expectativa é encerrar o ano com 1,9 milhão de toneladas. Zani destaca: “A aquicultura brasileira tem espaço extraordinário de expansão, especialmente com automação e nutrição de precisão.”
O setor de pet food consumiu cerca de 3 milhões de toneladas entre janeiro e setembro. A estimativa para o ano é de 4 milhões de toneladas, distribuídas entre:
- Cães: 80%
- Gatos: 19%
- Outras espécies (pássaros, peixes, répteis etc.): 1%
Brasil reforça posição global em proteína animal
Segundo o Sindirações, a cadeia de proteína animal segue sustentada por tecnologia, eficiência zootécnica e padronização nutricional, fatores que mantêm o Brasil entre os principais players mundiais.
“A nutrição de precisão e os sistemas intensivos asseguram competitividade, eficiência e previsibilidade técnica”, conclui Zani.


