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Produtores amapaenses criam subprodutos com ‘Abacaxi de Porto Grande’

Mais do que uma fruta simbólica para o município, o ‘Abacaxi de Porto Grande‘, no Amapá (AP), se tornou um exemplo inspirador de como a agricultura familiar pode se reinventar e prosperar por meio de iniciativas sustentáveis e empreendedoras.

Mircea Agostinelli Amador Diniz, produtora rural, professora e tesoureira da Associação de Produtores de Abacaxi de Porto Grande, relembra como tudo começou.

“Esse abacaxi foi trazido por trabalhadores da antiga Icomi [empresa de minérios amapaense] e, aos poucos, as famílias locais passaram a cultivá-lo e vendê-lo nas feiras. Hoje, ele é o símbolo do nosso município.”

O reconhecimento institucional veio em 2024, quando o abacaxi recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG), na modalidade de Procedência (IP), concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Essa conquista valorizou ainda mais a produção regional e impulsionou os produtores a avançarem.

Foto de um abacaxi ainda no pé Foto de um abacaxi ainda no pé
Abacaxi de Porto Grande reconhecido com Indicação de Procedência pelo Inpi. Foto: Arquivo pessoal

Segundo o Inpi, o ‘Abacaxi de Porto Grande’ é comercializado em restaurantes, quiosques e praças de Macapá na forma de abacaxi temperado — uma tradição que frequentemente chama a atenção dos turistas que visitam a capital.

Além disso, no Caderno de Especificações Técnicas apresentado ao instituto, o fruto é identificado como da variedade pérola, com sabor adocicado, perfume marcante e coloração amarela clara.

“O reconhecimento de Indicação de Procedência do abacaxi mais doce do Brasil foi uma mistura de emoção com dever cumprido. Porque foi um trabalho muito grande. Tinha momentos em que a gente pensava que não ia dar certo. E ver esse reconhecimento é maravilhoso. É uma sensação indescritível”, relata Diniz, emocionada.

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Apoio do Sebrae na geração dos negócios

Com o suporte de instituições como o Sebrae/AP, os produtores celebram não apenas a certificação, mas também os avanços no aproveitamento integral da fruta.

Com isso, surgiram subprodutos como melaço da casca, compotas, balas e geleias, que fortaleceram a agroindústria local e ampliaram as fontes de renda.

“Eles enxergaram possibilidades que não víamos. Cada embalagem, cada novo produto teve o toque do Sebrae. Somos muito gratos”, afirma a produtora, reforçando o impacto positivo do apoio institucional no crescimento do negócio.

Foto de produtos à base de abacaxi Foto de produtos à base de abacaxi
“Cada embalagem, cada novo produto teve o toque do Sebrae”, diz Diniz. Foto: Arquivo pessoal

Geração de Renda

Além de fomentar o empreendedorismo rural, a iniciativa também fortaleceu o vínculo social entre as gerações. “Com esses subprodutos, conseguimos emprego para os nossos filhos e para os filhos dos sócios da nossa associação. Eles estudam meio período e, na outra parte do dia, produzem na fábrica. É uma fonte de renda para eles também.”

Com isso, vem mais novidade por aí, já que a sustentabilidade é parte essencial do negócio dos produtores de Porto Grande.

“Estamos estudando formas de aproveitar a coroa e as folhas do abacaxi. Já tem gente fazendo tecido com fibra da folha. A sustentabilidade é tudo: nos ajuda a preservar e a inovar.”

No entanto, essa trajetória mostra que, com apoio técnico, visão empreendedora e compromisso com o meio ambiente, é possível transformar o cotidiano rural em uma história de superação e protagonismo no agronegócio brasileiro.

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