
O Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) apresentou na COP30 o Passaporte Verde, programa que monitora o rebanho bovino e bubalino de Mato Grosso e busca garantir que a produção cumpra os protocolos socioambientais exigidos pelos mercados internacionais.
O Passaporte Verde faz o monitoramento socioambiental de todo o rebanho do estado e incorpora mecanismos de regularização para produtores que ainda enfrentam pendências ambientais. Segundo o Imac, mais de 30 mil propriedades possuem algum tipo de restrição e precisam de alternativas para ingressar ou permanecer no mercado formal da pecuária.
A estratégia inclui a identificação individual dos animais e o acompanhamento das condições socioambientais das fazendas. O objetivo é ampliar a transparência da cadeia produtiva e garantir às indústrias frigoríficas informações precisas sobre a origem dos animais enviados ao abate.
O diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio, destacou que apesar do Brasil exportar carne para mais de 160 países, é necessário adicionar novas camadas de garantia ambiental.
“Hoje a gente já exporta para mais de 160 países, mas a gente precisa pensar no futuro, melhorar a capacidade de resposta da defesa agropecuária, mas também adicionar essas camadas de garantias ambientais para a nossa produção continuar expandindo mercados”, disse Sampaio.
Líder na produção nacional
Com um rebanho estimado em 34 milhões de cabeças, Mato Grosso lidera a produção nacional de carne bovina. Para o Imac, iniciativas como o Passaporte Verde precisam ser inclusivas, contemplando tanto grandes quanto pequenos produtores. A proposta é desenvolver uma agenda positiva, agregando valor à biodiversidade, ao crédito de carbono e à própria carne produzida no estado.
“Temos o maior cuidado para ser um programa inclusivo que não vai excluir o pequeno produtor. Então, quem quiser se regularizar e tiver condições de se regularizar, vai se regularizar e ser inserido dentro dessa cadeia”, afirmou o presidente do Imac, Caio Penido.
De acordo com Penido, a intenção é posicionar Mato Grosso como referência global em carne de qualidade, sustentabilidade e segurança comercial, fortalecendo sua presença no mercado internacional e ampliando oportunidades para todos os elos da cadeia produtiva.


