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Projeto Tropeirismo: Caminhos do Saber percorre 10 cidades paranaenses | Correio dos Campos

COM ASSESSORIAS – O multiartista Silvestre Alves finaliza o projeto Tropeirismo: caminhos do saber, após percorrer nesse ano dez municípios paranaenses, que compõem o Caminho das Tropas. Foram 35 oficinas ministradas, onde mais de 1200 alunos dos municípios de Castro, Piraí do Sul, Imbituva, São Mateus do Sul, Palmeira, Lapa, Jaguariaíva, Telêmaco Borba, Palmas e União da Vitória se aproximaram do tropeirismo por meio das dinâmicas do projeto.

Com produção da ABC Projetos Culturais e início em agosto de 2024 com a produção do Jogo do Tropeiro, o projeto foi selecionado pelo Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura do governo do Paraná (Profice), que contemplou ações artístico-culturais que tinham como objetivos promover e difundir o patrimônio cultural e imaterial do Paraná.

As ações educativas envolveram a participação dos alunos em uma versão em tamanho real do Jogo do Tropeiro, com o tabuleiro impresso em uma lona gigante, possibilitando que os estudantes “entrassem” no jogo. As dinâmicas foram intercaladas com as canções, compostos pelo próprio Silvestre, apresentando de forma lúdica, divertida e interativa o que foi o movimento tropeiro.

O objetivo da iniciativa é aprofundar o conhecimento de alunos dos 5º anos sobre o tropeirismo, uma vez que o jogo aborda questões econômicas, geográficas, sociais, culturais e ligadas ao meio ambiente e ao folclore. Através de oficinas dirigidas aos professores e disponibilizadas gratuitamente no youtube, Silvestre também mostra como o jogo pode ser utilizado como ferramenta pedagógica.

Na avaliação do artista, que também é professor, a abordagem despertou o interesse das crianças pelo tropeirismo, sendo que muitas relataram proximidade da família com o movimento. Além disso, diversas instituições culturais e de turismo demonstraram interesse pela temática, solicitações para que as oficinas e seminários fossem incluídos em outras cidades.

“A distribuição do Jogo do Tropeiro para a rede pública municipal de ensino foi um marco importantíssimo para os pesquisadores e estudiosos do tema Tropeirismo, pois trata-se de um material didático que pode materializar a saga vivida pelos tropeiros, tornando assim a compreensão facilitada e lúdica, o que atribui ao jogo um valor educativo relevante. O fato de ter sido a rede pública de ensino a ser assistida com esse material, aponta o cuidado com uma educação acessível e de qualidade”, destaca Silvestre.

Ele relata ainda que o projeto foi um sonho realizado, mas que pretende continuar com outras edições, uma vez que a iniciativa nasceu da sua formação universitária e da sua atividade como professor, pesquisador e músico, valorizando o patrimônio, cultura e história. “É muito importante promovermos ações que ajudem as pessoas a aprender, compreender e admirar seus vínculos de ancestralidades e de pertencimentos dentro do processo de construção social de nossa nação”, assinala.

Para o historiador Fábio Holzmann Maia o jogo apresenta qualidade didática e lúdica na sua abordagem. “Essa produção é sem dúvida muito importante para o conhecimento do tema tropeirismo, trazendo um ganho significativo na construção do conhecimento histórico”.

O Jogo do Tropeiro

Ao todo, foram distribuídos 390 exemplares do Jogo do Tropeiro, divididos entre os municípios englobados no projeto. A oficina para educadores pode ser acessada gratuitamente no youtube, mostrando as potencialidades do jogo para a educação e a sua dinâmica.

O jogo de tabuleiro simula uma jornada de tropeiros do Rio Grande do Sul até São Paulo, levando animais e enfrentando diversos obstáculos ao longo do caminho. Os jogadores representam expedições que precisam transportar o máximo de animais possível, usando fichas verdes e amarelas. Durante o jogo, eles encontram desafios como animais peçonhentos, doenças e confusões com cargas, representados por cartas de problemas, que podem ser resolvidos negociando com outros jogadores ou usando cartas de solução. Além disso, há cartas de informação que ensinam sobre elementos históricos, como a cangalha, e lendas urbanas, como o saci e a mula-sem-cabeça, que também influenciam a partida de forma divertida e educativa.

O projeto ainda promoveu um seminário sobre tropeirismo no município de Castro, que reuniu importantes pesquisadores da área, como Amélia Flügel, coordenadora do Museu do Tropeiro de Castro e chefe do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural do município; Márcio Assad, fundador da Universidade Livre do Tropeirismo (UNILT), Antonio Liccardo, professor de geologia na UEPG e autor dos livros “Geoturismo” e “Patrimônio Geomineiro no Brasil” e o próprio Silvestre Alves, que estuda o tema há 18 anos.

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