O PT divulgou, nesta sexta-feira, 27, um vídeo de propaganda na internet. A peça retoma o discurso de confronto entre pobres e ricos, tema frequente nos pronunciamentos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O vídeo circula nas redes sociais e parece ter imagens geradas por inteligência artificial.
É hora de rachar a conta Brasil de forma mais justa: quem tem mais paga mais. Quem tem menos, paga menos. E quem é a favor do povo, aprova essa ideia. pic.twitter.com/TCdjVDebrX
— PT Brasil (@ptbrasil) June 28, 2025
A propaganda critica a carga tributária sobre os mais pobres e defende a taxação de “bilionários, bancos e sites de apostas”. Mostra trabalhadores abatidos carregando grandes sacos com a inscrição “imposto”, enquanto os ricos aparecem como homens brancos de terno, segurando sacos pequenos com o mesmo rótulo.
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A narração reforça a ideia de injustiça fiscal. “No Brasil, quem vive de salário sempre carregou o maior peso dos impostos”, diz o locutor. A peça não menciona o aumento de gastos públicos nem os obstáculos fiscais enfrentados pelo governo.
Esse não é, no entanto, o primeiro vídeo feito com essa estética. Na quinta-feira 26, o perfil do PT no X publicou uma peça semelhante.
Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets.
É o governo Lula dando início a uma virada histórica na cobrança de impostos no Brasil. pic.twitter.com/TUBdElGypK— PT Brasil (@ptbrasil) June 26, 2025
Vídeo do PT aposta em estética dramática
O estilo lembra obras antigas, nas quais trabalhadores aparecem como oprimidos em busca de reação. A peça afirma: “O governo Lula quer virar esse jogo com o novo Imposto de Renda”.
O novo modelo do Imposto de Renda enfrenta resistência no Congresso. A proposta isenta rendimentos de até R$ 5 mil, mas depende da taxação dos mais ricos para compensar a perda de arrecadação.
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Atualmente, 43,4 milhões de brasileiros declaram IR. Com a mudança proposta pelo governo, o número cairia para 15 milhões, entre uma população economicamente ativa de 106 milhões.
A discurso de divisão de classes e justiça social deverá ser o mesmo adotado nas eleições do próximo ano. A estratégia, no entanto, pode ser um tiro no pé de Lula. Isso porque parte do eleitorado de Lula não têm essa visão ideológica.


Estudos da Fundação Perseu Abramo mostram que eleitores pobres, especialmente nas periferias de São Paulo, valorizam o empreendedorismo e aspiram à ascensão social. Esse perfil é comum entre evangélicos, que representam cerca de 35% do eleitorado de Lula e veem o lucro como algo positivo.