O fracasso nas urnas em 2024 e o grande avanço da direita principalmente entre as classes mais jovens da sociedade. Esses foram os assuntos dominantes em um evento do Partido dos Trabalhadores (PT) nesta quinta e sexta-feira, 5 e 6, em Brasília.
Sob os olhares atentos de líderes como José Dirceu, a sigla debateu o tema “A Realidade Brasileira e os desafios do PT”. Pelo teor dos discursos, ficou clara a preocupação, sobretudo, com o fortalecimento das alas conservadoras no país.
PT reconhece “deslocamento da juventude”
Porta-voz de Lula no primeiro mandato do petista como presidente da República, o cientista político André Singer tentou minimizar a derrota do PT nas eleições deste ano. Ele reconheceu, no entanto, a necessidade de se observar com mais cuidado alguns movimentos.
“Houve um deslocamento de setores da juventude – não de toda a juventude – para a direita. Outro dia, em um debate, me chamou a atenção a quantidade de vereadores mais votados em várias cidades que são jovens. Muitos, jovens de extrema direita”, comentou.
A exemplo da militância petista, Singer refere-se ao termo ‘extrema-direita’ como forma de tentar desqualificar posicionamentos. Do mesmo modo, é uma estratégia de atingir pessoas que se identificam com valores e princípios mais conservadores.
Para o petista, as pesquisas mostram uma “associação entre jovens e a extrema direita”. “Mas atenção, isso não quer dizer que são todos. Há uma juventude de esquerda. Há lideranças de esquerda, jovens no PT e outros partidos também. Mas é um sinal de que alguma coisa está acontecendo que só ficou claro nesta eleição”.
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Dos 432.002 vereadores eleitos neste ano em todo o Brasil, o PT aparece na sétima colocação. Tem 27.385 cadeiras nos legislativos municipais, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Siglas como MDB (40,828 eleitos), PP (36.952) e PSD (35.876) foram os que mais elegeram vereadores pelo Brasil.