Magno Malta – 08/05/2025 10h37

Há meses levanto a bandeira da Anistia, e não vou abaixá-la. Estamos lutando para que o Congresso Nacional, enfim, paute o “perdão”, por assim dizer, aos brasileiros presos no episódio de 8 de janeiro. Patriotas, como gosto de chamá-los, que participaram de uma manifestação e foram tratados como criminosos. Mas o que tem impedido essa pauta de avançar? A resposta é dura e dolorosa: alguns parlamentares.
Sim, aqueles que foram eleitos para representar o povo. Muitos preferem ignorar o sofrimento de famílias inteiras, adiar a justiça, empurrar com a barriga o debate sobre a Anistia, enquanto priorizam outras pautas, como o aumento no número de deputados federais. Isso mesmo. Em pleno 2025, com brasileiros adoecendo em presídios, encarcerados por crimes que não cometeram ou por sentenças desproporcionais, a Câmara decidiu que o mais urgente é criar 18 novas cadeiras. Por quê? Porque 2026 é ano eleitoral.
Mas eu não me calo. Para mim, vidas importam. Vidas têm urgência. O PLP nº 177/2023, que amplia o número de deputados de 513 para 531, foi aprovado no Plenário da Câmara nesta terça-feira (6). O impacto estimado? R$ 65 milhões a mais por ano. É esse o valor da vida dos nossos irmãos patriotas? Menos do que uma cadeira extra em Brasília?
Alguns podem me questionar: “Ah, senador, o STF determinou a redistribuição das vagas conforme o Censo de 2022, e o prazo está acabando”. E eu pergunto: e o prazo da dignidade humana, já acabou também? Nada impediria que a Câmara fizesse o que é certo, debater e votar a Anistia. A Constituição é clara, anistia é prerrogativa do Congresso Nacional. Está no artigo 48, inciso VIII. É lei, não favor.
A verdade é que o silêncio de muitos dói mais do que qualquer voto contrário. E é por isso que, nesta semana, em Brasília, ecoou um grito que não será ignorado: Anistia Já!

Participei com orgulho da Caminhada Pacífica pela Anistia Humanitária, no final da tarde desta quarta-feira, 7 de maio. Depois de tanto medo imposto aos brasilienses, o povo voltou às ruas da capital. Vários estiveram presentes. Tive a satisfação de estar ao lado da população, de parlamentares e políticos comprometidos, do pastor Silas Malafaia e do nosso eterno presidente Jair Bolsonaro, que mesmo recém-saído do hospital, fez questão de comparecer.
A energia foi diferente. Brasília era a casa de Clezão, símbolo da injustiça do 8 de janeiro. Cada passo dado ali foi por ele, por todos os injustiçados, por todos os que choram em silêncio.
Eu também discursei. Inclusive, profetizei sobre a vida de Bolsonaro: ele voltará. Mas, mais do que isso, profetizei sobre o Brasil: um país onde a justiça não será seletiva, onde a liberdade não será privilégio, e onde o Congresso Nacional voltará a servir ao povo, e não aos próprios interesses.
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Magno Malta é senador da República. Foi eleito por duas vezes o melhor senador do Brasil. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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