Uns dizem que gol é um detalhe. Outros que vale muito dinheiro. Entre uma e outra opção, não é preciso ser um especialista em matemática para saber de que lado estão Arsenal, Chelsea, Liverpool e Manchester United na discussão.
Os quatro gigantes gastaram, juntos, quase R$ 2 bilhões em busca de uma solução para a camisa 9. Foram ao mercado, vasculharam alternativas e escolheram atacantes que podem colaborar muito na missão de resolver o problema ou até mesmo melhorar um setor que já era muito bom.
Um deles já mostrou a que veio, embora numa amostra pequena. Contratado por 68 milhões de euros (R$ 442 milhões), João Pedro chegou ao Chelsea no meio da campanha do Mundial de Clubes. Estreou contra o Palmeiras, decidiu a semifinal contra o Fluminense com dois gols e marcou outro na final contra o PSG.
“Já sabíamos o quanto o João era bom”, elogiou o técnico Enzo Maresca, antes da conquista do título nos Estados Unidos. “Ele é muito bom tecnicamente em espaços pequenos. Foi por isso que decidimos trazê-lo para cá”.
A mudança do Brighton para o Chelsea dará mais holofotes a João Pedro, sobretudo pensando em uma vaga na seleção brasileira que disputará a próxima Copa do Mundo. Um dos concorrentes também trocou de clube na Inglaterra. Por 71,5 milhões de euros (R$ 464,7 milhões), Matheus Cunha deixou o Wolverhampton para jogar no Manchester United.
O atacante de cara ganhou a camisa 10, sem um dono incontestável desde a saída de Wayne Rooney. Cunha não é o típico centroavante, mas chega a Old Trafford com excelentes números: 17 gols em 36 jogos, além de seis assistências.
“Matheus é o tipo de jogador que pode nos ajudar muito, porque consegue arrancar com a bola, o que é algo que pode mexer com o jogo. Sentimos falta disso no ano passado”, admitiu o técnico Ruben Amorim, que viu o United acabar apenas em 15º lugar na Premier League passada.
Mas não é só quem faz campanha ruim que investe – Arsenal e Liverpool estão aqui para provar. Campeão com sobras na temporada passada, o time de Anfield investiu pesado por um novo centroavante: Hugo Ekitike, francês que fez sucesso no Eintracht Frankfurt e chegou por 79 milhões de euros (R$ 513,5 milhões), em negócio que pode chegar até 90 milhões de euros (R$ 585 milhões) em caso de cumprimento de metas.
O novo reforço chega para ser a peça que falta desde que Roberto Firmino foi embora. Sem confiar em Darwin Núñez, que não conseguiu o sucesso que se esperava, e também com uma opção a menos desde o acidente trágico de Diogo Jota, o Liverpool deu uma nova opção a Arne Slot. Caberá ao holandês encontrar o encaixe entre Mohamed Salah e novidades como Florian Wirtz e, claro, Ekitike.
“Você vê os times da liga e ao redor da Europa fortalecendo seus elencos. Então, se não contratarmos como no ano passado, não vamos conseguir vencer”, admitiu o técnico do Liverpool. “Vamos esperar o que Hugo vai fazer”.
Ao ver os rivais investindo, o Arsenal não quis ficar para trás e, após meses de especulações e negociações, anunciou o principal alvo do clube: Viktor Gyokeres. Autor de 54 gols em 52 jogos pelo Sporting na temporada passada, o sueco chegou a Londres com histórico de peso e ganhou a camisa 14, imortalizada por Thierry Henry.
“Estamos muito empolgados de trazer Viktor para o clube. Suas estatísticas de gol falam por si só”, exaltou Mikel Arteta. “Viktor tem muitas qualidades. É rápido, tem presença de área e incríveis números de gols. é uma ameaça constante no ataque pelos movimentos inteligentes que faz”.
Os quatro terão agora que se provar em uma liga que já tem um camisa 9 estabelecido. Sim, o Manchester City não entrou no mercado dos centroavantes pois ainda conta com Erling Haaland e seu desempenho formidável nas três temporadas em que atuou na Inglaterra. A briga pela artilharia promete.