Na última quinta-feira (31), finalmente foi divulgado o tão esperado veredicto do julgamento do meia Lucas Paquetá por suposta manipulação de apostas esportivas. O meia do West Ham acabou absolvido das acusações mais graves, escapando do temido banimento do futebol profissional, e receberá um gancho mais leve apenas pela violação da regra que fala em contribuir com as investigações.

Nos bastidores, um advogado foi decisivo para o resultado favorável ao brasileiro. Trata-se de Nick de Marco, do grupo Blackstone Chambers, que já atuou em diversos casos famosos envolvendo direito esportivo, com uma clientela formada por grandes nomes do mundo do futebol, do tênis, da ginástica, do atletismo, das lutas e da Fórmula 1.

De Marco foi contratado pelos Hammers em outubro de 2024, referendado por seu longo histórico de vitórias sobre a FA (Associação de Futebol da Inglaterra) e a Premier League em disputas judiciais.

Além de clientes individuais, o britânico já representou clubes inteiros. Foi ele, por exemplo, que auxiliou o Newcastle na “batalha” contra a Premier League para aprovar a venda ao PFI (Fundo Público de Investimentos da Arábia Saudita), em 2021. Já no ano passado, Nick foi decisivo para evitar que o Leicester City perdesse pontos relativos à temporada 2022/23 devido a problemas de fair play financeiro.

Já nos casos de batalhas pessoais, o advogado foi o responsável por defender Cristiano Ronaldo quando o craque, então no Manchester United, levou uma suspensão de dois jogos – além de uma multa de 50 mil libras – por ter batido no telefone celular de um torcedor durante jogo contra o Everton, pelo Campeonato Inglês.

Outros boleiros que contrataram os serviços de Nick foram Harry Kane, Jordan Henderson, Ivan Toney, Jamie Vardy, Paul Pogba, Alexis Sánchez, N’Golo Kanté e Aleksandar Mitrovic, só para citar alguns.

De Marco também atuou no famoso caso em que o piloto brasileiro Felipe Massa processou a FOM (entidade que organiza a Fórmula 1) e a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para tentar ser reconhecido como campeão da temporada 2008, alegando que houve uma “conspiração” que tirou seu título – além de milhares de euros e dólares em premiações.

Antes de Paquetá, o caso recente de maior repercussão midiática envolvendo o advogado inglês foi o do lateral-esquerdo Benjamin Mendy contra o Manchester City, em novembro de 2024. Na ocasião, ele ganhou o prêmio de “advogado da semana” do jornal inglês The Times ao conseguir uma vitória milionária nos tribunais para seu cliente contra o ex-clube.

A batalha ocorreu porque os Citizens fizeram retenção de 11 milhões de libras em salários do ala, depois que ele foi preso preventivamente por acusação de estupro. Mendy acabou absolvido e, posteriormente, processou o City na Justiça do Trabalho, alegando que o time o considerou “culpado desde o início e antes de qualquer julgamento”. Ele venceu e conseguiu recuperar quase a totalidade dos pagamentos retidos.

Em outras modalidades, a clientela de Nick de Marco tem nomes como o boxeador Tyson Fury e o tenista Alexander Zverev, que se envolveram em disputas judiciais nos últimos anos envolvendo contratos de patrocínios pessoais.

Vitória de Paquetá é celebrada com “feijoada”

Além do trabalho como advogado, De Marco ainda tem várias outras paixões. Em suas redes sociais, ele se identifica também como fotógrafo, artista e amante da culinária, se dedicando a estas paixões em seu tempo livre.

Foi justamente em seu Instagram que ele mostrou como celebrou a importante vitória no “caso Paquetá”: com uma feijoada bem improvisada e uma garrafa de espumante italiano Castel Faglia Franciacorta Grand Brut.

A “feijoada” de Nick foi feita com carne de peru, fugindo bastante da tradicional receita brasileira, que é feita com porco. Segundo o cozinheiro amador, porém, o prato estava bom.

“Feijoada brasileira de peru. Fiz quando recebi as notícias sobre nosso caso recente, mas tive que me manter calado. Então, tentei fazer esse tradicional prato brasileiro com um pouco de carne de peru que eu tinha sobrando”, escreveu.

“Ficou bem gostosa, para falar a verdade. E eu estava com um humor tão bom que teria gostado de qualquer coisa”, brincou.

Em outro post, esse em tom mais sério, ele comemorou a absolvição de Paquetá e ressaltou a dificuldade que teve durante sua atuação no caso.

“Não consigo expressar em palavras o quanto estou feliz ao receber as notícias de que todas as acusações mais graves de manipulação de apostas feitas contra Lucas Paquetá foram retiradas após dois longos anos”, escreveu.

“Durante todo o processo, eu conheci o lado pessoal de Lucas e passei muito tempo ao lado dele examinando as evidências. Por isso, posso assegurar que o veredicto correto foi alcançado”, seguiu.

“Trabalhar em um caso individual como esse, especialmente o de um jogador tão dedicado e talentoso como Lucas, em que sua carreira e vida dependiam do resultado, pode ser muito estressante. Mas, quando o resultado final é o correto, faz tudo valer à pena”, festejou.

“É por isso que posso dizer que este foi, provavelmente, um dos casos mais importantes que já trabalhei, e um que jamais vou esquecer”, complementou.