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Quem é o brasileiro que quase fez parte da ‘geração belga’ e hoje atua na Série C

Por muitos anos considerada a seleção com uma das gerações mais talentosas do futebol mundial, a Bélgica vive uma constante reformulação, hoje nas mãos do técnico Rudi Garcia. Ainda assim, os Diabos Vermelhos continuam com algumas de suas principais figuras no time, como De Bruyne e Courtois.

E por muito pouco um brasileiro não escreveu o seu nome na famosa “geração belga”, podendo ter feito parte de um time que, além dos já citados acima, ainda tinha Romelu Lukaku, Eden Hazard e outras estrelas.

(Conteúdo oferecido por Novibet, Claro, Ford e C6 Bank)

Natural de Ribeirão Preto, no interior paulista, o meia Fernando Canesin teve uma passagem de destaque pelo futebol belga, atuando por Anderlecht e Oostende, a ponto de ser convidado a integrar a seleção do país. Porém, por uma questão burocrática, não conseguiu tirar o sonho do papel.

Hoje no Ituano, que disputou a Série C do Brasileirão em 2025, o meio-campista de de 33 anos concedeu entrevista ao ESPN.com.br e lembrou da oportunidade que deixou escapar na carreira. E admitiu: poder fazer parte da estrelada geração belga seria mágico.

Canesin fez base em alguns clubes do Brasil, mas em 2009 foi para a Bélgica terminar a sua formação no Anderlecht, um dos gigantes do país. No clube de Bruxelas, foi bicampeão nacional e também da Supercopa da Bélgica.

“Em 2009, eu estava jogando o Paulista sub-17 pelo Olé Brasil e um empresário me viu jogando contra o São Caetano. Aí teve a oportunidade de fazer teste no Anderlecht e eu fui pro sub-21. Eu tinha 17 anos, tinha que ter autorização de viagem da minha mãe e do meu pai. No mesmo ano eu tinha perdido do meu pai. Eu lembro que a gente tinha conseguido a autorização da minha mãe, mas não tinha o atestado de óbito do meu pai. Foi uma confusão para viajar, mas o pai de um amigo nosso, ele é juiz em Ribeirão (Preto), conseguiu mandar um fax pro meu empresário, me liberando”, lembrou.

Apesar dos títulos no Anderlecht, o seu melhor futebol foi no Oostende. Na temporada 2015/16 foram oito gols em 37 jogos, rendendo um convite para defender a seleção belga. E Canesin explicou o que inviabilizou a sua convocação à época.

“Quando foram conversar com o clube, viram que eu não tinha passaporte belga e aí que eu fui dar entrada. Só que não é de um dia para o outro que a gente consegue nacionalidade. Os trâmites demoraram de 1 ano e meio a 2 anos. Mas teve, sim, o contato na época, o diretor veio me comunicar e eu fiquei muito feliz, porque aquela geração da Bélgica era fora da curva, mas na época não tinha nacionalidade. Hoje eu tenho, sou muito grato à Bélgica por ter me concedido nacionalidade, é um país que eu penso em voltar com a família na futuro”, explicou.

“Na época eu via o Hazard, De Bruyne, Lukaku, eu joguei com o Tielemans, que hoje é um dos capitães, o próprio Courtois, tinha o Witsel, o Kompany… Ia ser mágico, um sonho que qualquer jogador que tivesse naquele momento estaria sonhando. Eu fiquei feliz pelo simples fato de terem me visto, terem entrado em contato. Como eu falei, a Bélgica é um país que está no meu coração”.

E mesmo que não tenha de fato defendido a Bélgica em campo, Canesin jogou contra – ou no mesmo time – alguns dos principais nomes daquela geração. E quem mais o impressionou foi De Bruyne, recentemente transferido do Manchester City para o Napoli.

“Eu me lembro que no ano em que fomos campeões (belgas), nós perdemos por 3 a 2 do Genk nos playoffs em casa, e a torcida do Anderlecht aplaudiu o De Bruyne quando ele foi substituído”, lembrou.

“Lá na Bélgica, ele dava muito trabalho. Ele era muito acima da média, mas a gente não imaginava que ele iria virar tudo isso. A maneira como as coisas foram acontecendo na carreira dele, classe mundial. Fico feliz de ter jogado contra um cara desse calibre e de ver a carreira que ele está tendo”, prosseguiu.

“Sinceramente, tinham outros jogadores na Bélgica que eu achava que poderiam vingar mais do que ele. Só que ele era muito fora da curva. Teve o Thorgan alguns anos depois, que é o irmão do Eden Hazard, que também tem uma baita carreira, os belgas acreditavam muito nele, talvez mais do que o De Bruyne na época que ele era jovem”, finalizou.

Após a passagem pela Bélgica, Canesin voltou ao Brasil em 2020, jogando profissionalmente pela primeira vez no país pelo Athletico-PR, onde foi campeão da CONMEBOL Sul-Americana de 2021. No ano seguinte, conquistou a Série B com o Cruzeiro, que voltou à elite depois de três temporadas.

O meia ainda passou por Inter de Limeira (duas vezes) e Criciúma, antes de ir para o Ituano em 2025.

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