No Brasil, parece valer a frase jocosa: “Nunca cometo o mesmo erro duas vezes. Cometo cinco, seis ou sete vezes, só para ter certeza!”
O governo do presidente Lula, por meio do chanceler Mauro Vieira, uniu-se ao processo que acusa Israel de genocídio. Trata-se de mais um erro na interminável corrente de equívocos deste governo — desatinos que comprometem a imagem do Brasil e nos colocam como aliados do que há de mais atrasado no concerto das nações.
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Não faz muito tempo, Lula ameaçou abandonar o dólar norte-americano como moeda de troca. Antes, havia se imiscuído na campanha presidencial dos Estados Unidos, ao defender a candidatura de Joe Biden e, após sua desistência, a de Kamala Harris. Além disso, chamou o então candidato Donald Trump de nazista. No que diz respeito a alinhamentos, optou por estar ao lado do Hamas, do Irã e da Rússia — países conhecidos como terroristas, invasores e/ou incentivadores do terror.
Os erros do governo Lula
Algum anônimo disse: “Todo mundo erra algumas vezes. No entanto, se você comete o mesmo erro duas vezes, deixa de ser erro. Passa a ser uma escolha”. E, aparentemente, o desafio à lógica e o alinhamento com o atraso parecem ser, de fato, uma escolha. O que dita esse tipo de escolha? Será a ideologia? Ou será a vontade de ser notado como diferente? Será ingenuidade? Ou será apenas estupidez e inconsequência?
O mesmo Brasil que considera o que ocorre em Gaza como genocídio cala-se sobre o Sudão. Lá, a guerra já entrou no terceiro ano. Segundo a ONU, há evidências de graves violações dos direitos humanos, saques, violências sexuais e torturas. Até o início de abril de 2025, já havia mais de 150 mil mortos, 13 milhões de deslocados internos e alguns milhões de refugiados para países como o Chade ou o Egito, onde se encontram mais de 1,5 milhão de pessoas. Além disso, a ONU considera a situação “catastrófica”, dada a grave crise humanitária. Calcula-se que 25 milhões de sudaneses enfrentam insegurança alimentar, sendo que 8 milhões já efetivamente passam fome. O Brasil não se pronuncia sobre a situação sudanesa — um país de maioria islâmica, como Gaza.


Os carniceiros ignorados
Em 1974, a Turquia invadiu o norte de Chipre, onde permanece até hoje. Ao todo, 37% do território está em mãos dos invasores. Cerca de 200 mil greco-cipriotas fugiram da área ocupada, e seus bens foram expropriados. A República Turca do Chipre do Norte é reconhecida exclusivamente por um país: a própria Turquia. Lula se encontrou muitas vezes com Erdogan, mas não consta qualquer menção à ocupação ilegal.
A invasão da Ucrânia pela Rússia já entrou no quarto ano. Até maio de 2025, morreram 250 mil russos e 90 mil ucranianos. Há cerca de 1,35 milhão de feridos de guerra, com parte substancial deles inválidos. Mas, também sobre isso, o governo brasileiro se cala.
Qual a razão para esse imenso número de mortos, inválidos, refugiados e famintos não tocar os corações das autoridades brasileiras, que se calam e até justificam as ações da Rússia? E por que a crise Israel/Hamas toma tamanha proeminência? Israel não enfrenta o povo palestino, mas um grupo reconhecidamente terrorista, que desencadeou um massacre premeditado contra velhos e bebês, inválidos e sadios, mulheres e adolescentes, sequestrando mais de 250 inocentes.


A resposta de Israel
Israel ofereceu ao grupo a possibilidade de evitar uma guerra, bastando aceitar duas condições: a devolução dos reféns e dos assassinados, e a deposição de suas armas. Vinte longos dias de espera sem resposta se passaram até que Israel agisse. Ao longo dos 650 dias de guerra, a mesma oferta foi renovada pelo menos outras sete vezes — e sempre rejeitada.
Em junho de 2024, a liderança política do Hamas, no Catar, criticou a liderança em Gaza pelo número de mortes de civis. Yahya Sinwar, então comandante supremo do grupo terrorista, afirmou aos demais líderes que a alta mortalidade civil de palestinos favorece a organização e são mortes necessárias e convenientes, pois colocam Israel em uma posição delicada perante a opinião pública internacional. Lula não sabe ou não se importa com esse fato? E, se sabe, como tem o desplante de acusar Israel de genocídio, quando são os próprios líderes do Hamas que expõem seus civis à morte, utilizando-os como escudos humanos e, frequentemente, atirando contra seus próprios cidadãos?
A acusação de genocídio é torpe, mentirosa e indigna — e seguramente será derrubada, a menos que a Corte se revele extremamente parcial. E o Brasil, graças à sua liderança atual, descerá mais um degrau na escada da infâmia, adicionando mais uma mácula à longa lista de erros dos nossos governantes.

