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R$ 130 milhões e doação: empresário e presidente explicam compra da Arena

Passados quase 13 anos desde a inauguração da Arena, o Grêmio comunicou oficialmente, nesta terça-feira (15), que assumirá a gestão do próprio estádio, podendo explorar todas as receitas provenientes do local, como ingressos, visitas e shows. O anúncio foi feito pelo presidente Alberto Guerra e pelo empresário Marcelo Marques, pré-candidato à presidência gremista, que comprou os créditos da dívida de construção e os direitos de gestão, por R$ 130 milhões, e repassará tudo ao clube.

A Revee era dona de 2/3 da dívida de construção, que são créditos junto aos bancos. O Grêmio já tinha o outro terço. Marcelo Marques desembolsará R$ 80 milhões para comprar a parte da empresa. Outros R$ 50 milhões serão pagos para a Arena Porto-Alegrense pela gestão do estádio.

Com o movimento, o empresário e o clube esperam que a Arena atinga um “outro patamar”. O objetivo é o aumento nas receitas, e já há um planejamento para trabalhar na venda de naming rights.

A gestão da Arena deve migrar totalmente para as mãos do Grêmio a partir de 2026. A questão resolverá um imbróglio que se arrasta há anos. No contrato com a construtora do estádio, o time gaúcho ofereceu o antigo Olímpico e 20 anos de gestão, que durariam até 2033. O Grêmio, porém, estava incomodado com a administração atual. O Tricolor entendia que a prioridade dos gestores não era o futebol, o que prejudicava o gramado, por conta dos shows, e a relação com os sócios e a torcida, que eram pouco privilegiados.

O clube buscava uma solução para ser dono de seu próprio estádio — o que acontecerá a partir de agora com a doação de Marcelo Marques.

“Nunca pensei como o Grêmio poderia fazer para acertar comigo. Porque sabia que, após conseguir, eu sentaria com o presidente e diria: ‘Vai ser do jeito que tu quiser esse acerto’. E o Grêmio e eu quisemos que fosse doado, vai ser doado 100%. Vai passar para o Grêmio. Não é questão empresarial, nada a ver com empresa, marketing. É uma doação de um gremista. Espero que esse gesto toque o coração de todos os gremistas, porque o Grêmio precisa muito do torcedor”, disse o empresário.

Período de transição

Os agora antigos gestores da Arena não sairão de cena rapidamente. Haverá um período de transição até o fim de 2025. No balanço entre receitas e despesas do estádio até dezembro, em caso de prejuízo, haverá ressarcimento aos gestores. Em caso de lucro, o valor será repassado ao Grêmio. A ideia é buscar, ao menos, o “zero a zero”.

A “nova era”

O Grêmio já se planeja para marcar uma “nova era” na Arena. E há data para isso: o jogo de volta contra o Alianza Lima, na próxima quarta-feira (23), no playoff das oitavas de final da CONMEBOL Sul-Americana. Há promessa de que o preço dos ingressos tenha valores mais baixos. O objetivo é quebrar o recorde de público do estádio em jogos oficiais, hoje de 55.337 presentes na final da Copa do Brasil de 2016, com 52.233 pagantes.

Uma outra ideia, que contribuiria para quebra de recordes, é aumentar a capacidade de público. Na inauguração, em 2012, havia 60 mil pessoas. O primeiro passo para o aumento seria a remoção de um tablado no Setor Norte, que, de acordo com projeção de Marcelo Marques, permitiria mais 2 mil lugares.

Todo esse movimento de nova gestão desembocaria, também, em um esperado aumento de receitas para o fim de 2026.

“Nosso cálculo financeiro é que, ao final das contas, pagando custos, pessimista, incremento de R$ 50 milhões a mais para o clube; otimista, mais R$ 100 milhões, aí vai depender do torcedor. Se ele comprar todas as cadeiras, a gente chega”, disse Marcelo Marques.

“Crescimento de 10% a 20% no orçamento do clube”, completou Guerra.

“Tem tempo [para trabalhar em questão de naming rights], existe um processo de transição. Mas certamente vamos trabalhar essa questão, para que a gente possa rentabilizar ainda mais a Arena”, acrescentou o presidente.

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