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Rebeldes houthis do Iêmen atacam Israel com míssil hipersônico

Os rebeldes houthis do Iêmen realizaram um ataque sem precedentes contra Israel neste domingo, 15. O grupo lançou um míssil hipersônico em direção à região central do país, a 2 mil km de distância de sua base. Não houve feridos.

De acordo com o porta-voz houthi Yahua Sarea, o míssil balístico percorreu a distância em onze minutos e meio. Às 6h32 (0h32 em Brasília), sirenes soaram em mais de 140 localidades em torno de Tel Aviv, conforme indicado pelo aplicativo oficial de alerta de ataques.

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Estrondo e rastros de fumaça em Israel

Moradores relataram um estrondo característico da quebra da barreira do som, e rastros de fumaça foram observados no céu. Destroços do míssil, ou dos interceptadores lançados contra ele, caíram perto de uma estação de trem na região de Ben Shemen, sem causar danos materiais ou vítimas.

O premiê Benjamin Netanyahu convocou uma reunião de emergência com seu gabinete e prometeu “cobrar um preço pesado” pelo ataque. “Qualquer um que necessite de um lembrete está convidado a visitar o porto de Hodeidah”, afirmou, referindo-se à instalação destruída por Israel em julho.

Relembre o caso

O ataque de julho envolveu um drone houthi que voou cerca de 2 mil quilômetros, enganou as defesas aéreas israelenses e explodiu na cidade de Tel Aviv, matando uma pessoa. Os rebeldes houthis estão envolvidos na guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas, que começou em 7 de outubro.

Ataques no mar Vermelho

Desde o início da guerra, os houthis têm atacado navios comerciais no mar Vermelho que consideram ligados aos rivais. Uma força conjunta americana-britânica combate os ataques.

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Os houthis também lançaram mísseis e drones contra Eilat, o principal porto meridional de Israel no mar Vermelho, que fica a cerca de 1,8 mil km de suas bases, mas até agora esses ataques não causaram danos significativos.

Tecnologia hipersônica

O ataque de julho acendeu um alerta entre os militares israelenses. Armados pelo Irã, os houthis possuem um sofisticado arsenal de mísseis balísticos e drones, mas a tecnologia hipersônica era desconhecida. Teerã afirma ter desenvolvido o modelo Fattah, que pode alcançar uma velocidade de 15 mil km/h.

Tensão entre Israel e Hezbollah

Na frente norte da guerra, o atrito entre Israel e o Hezbollah, grupo fundamentalista libanês, também aumentou. No domingo pela manhã, o Hezbollah disparou vinte projéteis contra Israel. Não houve feridos, mas Netanyahu enfatizou que a situação é insustentável, aumentando o temor de que, com a diminuição do conflito em Gaza, a tensão se volte para o Líbano.

Até o momento, os ânimos foram contidos. O Irã ainda não exerceu a vingança prometida pelo assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em 31, na capital iraniana. Horas antes da morte de Haniyeh, um chefe militar do Hezbollah havia sido morto por um míssil israelense em Beirute.

Tensão com os EUA

A retaliação do Hezbollah foi limitada por um ataque preventivo de Israel no fim de agosto, e a situação permaneceu estável. No entanto, os houthis, agora envolvidos no conflito, não citaram os assassinatos como motivação para seus ataques, mas sim a situação em Gaza.

A presença militar americana na região também exerce pressão. Até a semana passada, os EUA mantinham 2 porta-aviões na área. Um foi embora, mas outro grupo permaneceu, além de ao menos um submarino de ataque e vários reforços em bases.

Envolvimento da Rússia

A questão das capacidades de ataque de ambos os lados ganhou um novo elemento com a Rússia de Vladimir Putin, aliada do Irã e em conflito com os EUA e o Ocidente desde a invasão da Ucrânia em 2022.

Suspeitas de colaboração nuclear

Na sexta-feira, treze, o presidente Joe Biden e o premiê britânico, Keir Starmer, expressaram preocupação sobre a suspeita de que Putin possa estar fornecendo tecnologia para acelerar a produção de uma bomba nuclear por Teerã.

Não foram apresentadas evidências, mas a suspeita se baseia no acordo militar entre Irã e Rússia. De acordo com Biden, o Irã forneceu mísseis de curta distância para a Rússia, que, em troca, poderia ajudar Teerã a desenvolver uma bomba nuclear.

A Agência Internacional de Energia Atômica reportou que o Irã investiu na produção de material para uma bomba desde que os EUA, sob Donald Trump, deixaram o acordo nuclear. Embora o Irã tenha o material necessário, transformar isso em uma bomba funcional e instalá-la em um míssil requer um caminho tecnológico que a Rússia poderia fornecer.

Essa possibilidade incentiva Israel a usar qualquer ofensiva iraniana como justificativa para atacar as instalações nucleares do Irã.

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