O Reino Unido, a França e a Alemanha têm reforçado a coordenação para ampliar o poderio militar e estratégico da Europa. Isso em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia, às tensões no Indo-Pacífico e à diminuição do envolvimento dos Estados Unidos na segurança europeia.

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Os acordos não substituem a Organização do tratado do Atlântico Norte (Otan), mas visam a integrar ainda mais o trabalho da instituição.

Em sete dias, o Reino Unido assinou dois acordos importantes com potências europeias. No dia 10 de julho, firmou com a França a Declaração de Northwood, focada na coordenação nuclear.

Nesta quinta-feira,17, o país formalizou com a Alemanha o Tratado de Kensington, que estabelece cooperação em defesa, tecnologia, migração e infraestrutura.

A Declaração de Northwood criou o UK–France Nuclear Steering Group, responsável por coordenar políticas, capacidades e operações nucleares entre britânicos e franceses.

O objetivo é o de garantir uma resposta conjunta a ameaças extremas à segurança europeia e a de cada país.

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer afirmou na ocasião: “Agora, como as únicas potências nucleares da Europa e líderes da Otan, desempenhamos um papel vital na preservação da paz e segurança neste continente.”

O presidente francês, Emmanuel Macron, acrescentou, na mesma cerimônia, em Londres:

“A coordenação estreita entre nossas forças nucleares é essencial para a estabilidade europeia.”

A expectativa é de que o grupo comece a funcionar oficialmente no segundo semestre de 2025.

Starmer, nesta quinta, esteve ao lado do primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, na assinatura do tratado entre os dois países. O acordo estabelece cooperação em defesa convencional, tecnologia militar, migração e infraestrutura.

“Este é um dia histórico para as relações germano-britânicas”, disse, desta vez, Starmer, ressaltando que a saída de seu país da União Europeia não será empecilho.

“Queremos trabalhar juntos mais estreitamente, especialmente depois da saída do Reino Unido da União Europeia.”

Reino Unido, França e Alemanha contra a Rússia

O acordo é o primeiro entre os governos britânico e alemão desde a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Está incluído nele um compromisso de Berlim em criminalizar o tráfico de pessoas para o Reino Unido.

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“O compromisso do chanceler Merz de efetuar as alterações necessárias à legislação alemã para interromper o abastecimento das perigosas embarcações que transportam imigrantes irregulares através do Canal da Mancha é extremamente bem-vindo”, destacou Starmer.

Esta nova determinação deve ser aprovada até ao fim do ano. Do ponto de vista legal, vai dar às autoridades alemãs mais poderes para investigar e atuar contra os armazéns utilizados pelos contrabandistas. Nestes locais, eles costumam esconder pequenas embarcações destinadas à travessia do Canal da Mancha.

O tratado também aumenta a pressão sobre a Rússia. Ele dá mais amplitude ao pacto de defesa que o Reino Unido e a Alemanha, dois dos maiores apoiadores da Ucrânia, assinado em 2024. Haverá, por esta nova diretriz, uma cooperação mais estreita contra as ações militares e estratégicas da Rússia.