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Reino Unido quer enquadrar Ação Palestina em lei antiterrorismo

A ministra do Interior do Reino Unido, Yvette Cooper, anunciou nesta segunda-feira, 23, a decisão de proibir o grupo Ação Palestina com base na Lei Antiterrorismo. Um projeto para oficializar o banimento será submetido ao Parlamento britânico na próxima segunda-feira, 30. Caso seja aprovado, tornará ilegal ser membro da organização ou incentivá-la.

Em declaração oficial, Cooper afirmou que “esta decisão é específica à Ação Palestina e não afeta grupos de protesto legais ou outras organizações que fazem campanha sobre questões relacionadas à Palestina ou ao Oriente Médio”.

A decisão se dá depois de um ataque considerado grave contra a base aérea de Brize Norton, ocorrido na madrugada da última sexta-feira, 20. Segundo a ministra, o episódio “é o mais recente de uma longa história de danos criminais inaceitáveis cometidos pela Ação Palestina”.

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Ela afirmou que a investigação está sob responsabilidade da Divisão de Contraterrorismo da Polícia e que “é importante que este processo seja livre de interferência, permitindo que a polícia realize seu trabalho de reunir provas e levar os responsáveis à Justiça”.

De acordo com a ministra, desde sua fundação em 2020, a Ação Palestina “orquestrou uma campanha nacional de ação criminal direta contra empresas e instituições, incluindo infraestrutura nacional crítica e firmas de defesa que fornecem serviços e suprimentos para apoiar a Ucrânia, a Otan, aliados do grupo Five Eyes e a defesa do Reino Unido”.

A nota informa que as atividades do grupo aumentaram em frequência e gravidade desde o começo de 2024, com métodos considerados mais agressivos e com seus membros “dispostos para usar violência”.

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Alvos vão além da causa palestina

Além do setor de defesa, os alvos da Ação Palestina se expandiram para “firmas financeiras, instituições de caridade, universidades e prédios do governo”. A avaliação é de que as ações do grupo “atingem o limiar estabelecido nos testes estatutários previstos na Lei Antiterrorismo”.

A ministra mencionou três ataques específicos atribuídos ao grupo: contra a Thales, em Glasgow (2022); contra a Instro Precision, em Kent; e contra a Elbit Systems UK, em Bristol. Os dois últimos ainda estão sub judice. Sobre o ataque à Thales, afirmou que os danos superaram £ 1 milhão e afetaram “peças essenciais para submarinos”.

O juiz responsável pela sentença dos acusados falou sobre “o pânico entre os funcionários, que temeram por sua segurança ao verem artefatos pirotécnicos e bombas de fumaça sendo lançados”. Ele também contestou a alegação do grupo de que suas ações não eram violentas, ao destacar o impacto em atividades comerciais legítimas e em “questões de segurança nacional”.

Ainda segundo a ministra, o grupo publicou em 2023 um documento chamado Manual Clandestino, no qual incentiva a criação de células, fornece orientação prática sobre como realizar atividades em nome da Ação Palestina e contém link para um site com mapa de alvos específicos no Reino Unido.

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A declaração ressalta que “por meio de suas publicações na mídia, a Ação Palestina divulga e promove seus ataques envolvendo sérios danos a propriedades, além de celebrar os autores”, de acordo com a ministra.

O grupo também teria usado sua presença on-line para recrutar novos membros em todas as 45 regiões policiais do Reino Unido, levantar recursos financeiros por meio de doações e incentivar a continuidade das ações.

Um dos episódios citados na declaração foi um ataque recente contra uma empresa de propriedade judaica no norte de Londres. Segundo a ministra, “a fachada de vidro do prédio foi destruída e o piso foi manchado com tinta vermelha”. Cooper destacou que, “independentemente de esse incidente constituir ou não terrorismo, tal atividade é claramente intimidadora e inaceitável”.

Segundo Cooper, a proibição permitirá às autoridades “interromper de forma eficaz as ações crescentes deste grupo”. A decisão, afirmou, é uma “resposta legítima à ameaça representada pela Ação Palestina”. Ao encerrar sua declaração, ressaltou: “O primeiro dever de um governo é manter nosso país seguro, que é a base do nosso Plano de Mudança”.

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