Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Relatório mostra o que a Abin descobriu sobre a Usaid no Brasil

Nesta semana, o presidente Donald Trump anunciou o fechamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês).

Ao abrir a “caixa-preta” da agência, descobriu-se que ela também servia para financiar políticas de esquerda no mundo, sob pretexto de apoiar medidas contra a fome e em prol de vacinas em países pobres.

O Brasil não ficou fora do alcance dos tentáculos da Usaid. Por isso, as atividades dela em território nacional chamaram a atenção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que, em 2012, produziu um conjunto de relatórios.

Em um dos documentos obtido por Oeste, a agência constatou que a Usaid infiltrou-se no Estado do Amazonas para financiar ONGs “que adotam posicionamentos conflitantes com interesses do governo brasileiro na região, além de desenvolver ações que configuram tentativas de interferência externa”.

Ações da Usaid monitoradas pela Abin

Ao abrir a ‘caixa-preta’ da agência, Trump descobriu que ela também servia para financiar políticas de esquerda ao redor do mundo, sob pretexto de apoiar medidas contra a fome e em prol de vacinas em países pobres | Foto: Shutterstock/Anna Moneymaker

Ao menos seis ONGs são citadas como entidades a serviço dos EUA (todas com sede fora do Amazonas) e bancadas pela Usaid:

  1. Kanindé – Associação de Defesa Etnoambiental;
  2. Instituto Internacional de Educação no Brasil (IEB);
  3. Equipe de Conservação da Amazônia;
  4. Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon);
  5. Instituto Floresta Tropical;
  6. Instituto de Pesquisas Ecológicas.

Conforme a Abin, a Kanindé e o IEB, um dos que mais recebeu capital estrangeiro (só em 2004, foram mais de R$ 12 milhões da Fundação Moore, um grupo progressista dos EUA), mobilizaram indígenas para impedir a pavimentação da BR-317, rodovia que liga o Acre à Interoceânica, em 2010. A onda de protestos só terminou depois de um acordo entre o governo estadual e esses grupos, intermediado pelas ONGs.

A Abin afirmou que as seis ONGs, sobretudo Kanindé e IEB, “atuaram opondo-se às obras, procurando influenciar as organizações indígenas de acordo com as posições defendidas pela Usaid”. Um desses posicionamentos é o projeto Iniciativa para a Conservação da Bacia da Amazônia (ABCI).

“A ideia básica do projeto ABCI era a de que as populações tradicionais seriam os agentes mais importantes para a preservação da Amazônia e que as obras de infraestrutura planejadas pelo governo brasileiro, como a construção ou recuperação de estradas, construção do gasoduto Urucu-Porto Velho e de usinas hidrelétricas no rio Madeira, trariam impactos sociais e ambientais negativos, especialmente a expulsão de populações tradicionais e a expansão da fronteira agrícola”, escreveu a Abin, no relatório. “Para contrapor-se a tais ameaças, o projeto propunha fortalecer as organizações indígenas e monitorar desmatamento, queimadas e abertura de estradas pelos madeireiros, através de imagens de satélite e da atuação das populações locais.”

O relatório da Abin menciona ainda monitoramento da Amazônia, feito via satélite, pelo Imazon, abastecido com recursos da Usaid. “Utilizam técnicas desenvolvidas para detectar, quantificar e monitorar, por meio de imagens de satélites, estradas, comunidades tradicionais e tipologias florestais, entre outros aspectos”, diz a Abin. “Com financiamento estadunidense, o Imazon vem monitorando o espaço geográfico brasileiro. O sensoriamento remoto é feito por meio de satélites do projeto Landsat, pertencentes aos EUA.”

Conclusão da agência brasileira

Segundo a Abin, “no que diz respeito ao Estado do Amazonas, a atuação das ONGs nacionais que recebem financiamentos da Usaid, norteada por objetivos de política externa do governo dos EUA, configura tentativa de interferência externa em assuntos nacionais”. “Tais ONGs buscam influenciar organizações indígenas e povos tradicionais no sentido contrário ao da construção de obras de infraestrutura projetadas pelo governo brasileiro para a região.”

Leia também: “A CPI que abriu a caixa-preta das ONGs da Amazônia”, reportagem publicada na Edição 188 da Revista Oeste

Confira ainda

A coluna No Ponto analisa e traz informações diárias sobre tudo o que acontece nos bastidores do poder no Brasil e que podem influenciar nos rumos da política e da economia. Para envio de sugestões de pautas e reportagens, entre em contato com a nossa equipe pelo e-mail [email protected].

Compartilhe:

Veja também: