Entre os cerca de 17 mil torcedores que viram em Maceió a conquista do Brasileiro da Série C pelo CSA, em 2017, estava o senador Renan Calheiros (MDB-AL). O político é um dos torcedores do clube alagoano. Depois de vários rebaixamentos e sete anos desde o título, o parlamentar manteve seu apoio além das arquibancadas. Em 2024, ele destinou R$ 1 milhão ao clube por meio de emenda parlamentar.
Renan não está só. Levantamento do jornal O Globo mostrou que deputados e senadores direcionaram ao menos R$ 13,5 milhões a clubes de futebol brasileiros nos últimos três anos. Os repasses tiveram crescimento expressivo a partir de 2024. Naquele ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) endureceu as regras para emendas a ONGs e prefeituras aliadas. Ou seja, os políticos criaram um novo canal para nutrir o seu eleitorado, entre outras finalidades. Ao todo, 31 equipes receberam recursos por meio de manobras parlamentares.
Renan Calheiros: a justificativa dos projetos sociais
Para justificar a destinação das verbas, os parlamentares costumam vinculá-las a projetos sociais, especialmente à estruturação das categorias de base, que oferecem atividades esportivas para crianças e adolescentes. No entanto, há casos em que o emprego dos recursos foi para bancar despesas do time profissional.
No CSA, por exemplo, a prestação de contas do clube ao Ministério do Esporte revela que R$ 652 mil da emenda tiveram como destino a folha de pagamento. Do mesmo modo, inclui fisioterapeuta, roupeiro, preparadores físicos, técnico e jogadores da base. Outros R$ 224,5 mil foram para o bolso do chefe do departamento médico da equipe profissional.


A presidente do clube, Mirian Monte, confirmou que o dinheiro serviu para bancar a equipe que dá suporte ao elenco principal, mas afirmou que os repasses também beneficiam os times de base.
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