Após a derrota do Fluminense por 4 a 2 para o Bragantino, neste sábado, em Bragança Paulista, pela 21ª rodada do Brasileirão, o técnico Renato Gaúcho detonou o VAR da partida, monitorado por Rafael Traci.
O treinador reclamou de um suposto pênalti não dado a favor do tricolor pouco antes do intervalo, quando Guzmán teria tocado com a mão na bola dentro da área.
Em um longo desabafo, Renato mandou recado à CBF e reiterou que para ele, o ”vídeo não pode apitar o jogo”.
”Estava 2 a 1 pro Bragantino, no último lance do primeiro tempo, nós tivemos um pênalti. Então muita gente pode falar foi pênalti, não foi pênalti. Bom, o que eu tenho para falar desse lance. O Rodrigo, diretor de arbitragem da CBF, o Péricles, a pessoa encarregada de cuidar do VAR. A CBF sabe que eu sou um cara que defende a arbitragem, dou moral para a arbitragem, mas tem horas que eu também tenho que falar. Uma pessoa, no caso, a pessoa do VAR, não é só no nosso jogo, isso é para o bem do futebol brasileiro. Não é só no nosso jogo que aconteceu hoje. Não pode, de maneira alguma, não pode. E nós temos exemplos, isso no Brasil, inclusive. Não pode uma pessoa só tomar uma decisão. Eu quero falar com isso. O VAR apita o jogo. Eu estou falando isso há 10 anos. O VAR não pode apitar o jogo sozinho”, disparou.
”Uma pessoa do VAR não pode decidir o que é certo e o que é errado dentro do campo. O árbitro é o dono do jogo. E muitos árbitros falam, “eu que mando no jogo”. Ele está certo, ele que manda o jogo. Então, mais uma vez, vou dar um conselho para as pessoas da CBF. Manda o VAR quando ele tiver uma indecisão, e uma indecisão ele tinha hoje, para ter certeza, porque aquilo é pênalti. Que no momento que o Facundo tenta dar o chapéu, tenta dar o drible nele, ele está com o braço aberto. Quando a bola pega no braço dele, ele joga o braço para trás”, seguiu.
O técnico pontuou que o árbitro da partida deveria conversar com o responsável pelo VAR para tomar uma decisão de campo.
”Bom, para quem jogou futebol, vê que foi pênalti. Mas aí tem uma pessoa do VAR, que nunca jogou futebol, que acham que não é pênalti. Ninguém falou que a gente iria fazer o gol, mas nós teríamos grande possibilidade de acabar o primeiro tempo com o jogo empatado. Então, o que eu quero falar, um lance desse, o VAR não pode decidir sozinho. Ele tem que chamar o árbitro. Ele tem que ter a segunda opinião. Não é porque o VAR chama o árbitro que o árbitro vai mudar de opinião, porque muitas vezes o árbitro não está vendo o lance direito. O VAR está indeciso, chama o árbitro, conversa, troque ideia. Olha, eu acho isso. O que você acha? São duas pessoas, no mínimo, que tomam uma decisão, porque uma decisão de uma jogada errada pode botar um time para a segunda divisão, pode dar um título para um clube, pode tirar uma vaga da Libertadores. Enfim, pode acontecer um milhão de coisas”, afirmou.
”Não pode uma pessoa tomar uma decisão, porque ela vai prejudicar. Tem que acabar com esse negócio se o VAR apitar o jogo. Eu não sou contra o VAR. Pelo contrário, sou totalmente a favor do VAR. Se tem a máquina, a máquina tem que ser usada para o bem. Agora, não pode uma pessoa achar, “ah, não foi pênalti, ou foi pênalti”. Faz o seguinte, chama o hábito desses lances, chama árbitro, conversa com o árbitro.. Então, tem que acabar com isso no Brasil. O VAR tem que parar de apitar o jogo sozinho, tem que parar, e a gente está vendo os erros infantis que o VAR tem cometido no jogo”, completou.
Renato critica postura dos jogadores
Durante a entrevista coletiva, Renato Gaúcho revelou ainda que conversou sobre o comportamento do elenco antes de a bola rolar.
Na visão do treinador, os jogadores não entraram em campo focados para a partida.
”Antes de entrar em campo eu reuni o grupo e falei novamente para eles: ‘Estou sentindo que vocês não estou focados no trabalho, vocês vão entrar lá e infelizmente vai acontecer o pior. Estou avisando vocês para vocês acordarem’. E aconteceu. No intervalo do jogo, eu falei a mesma coisa: ‘Entrem ligados, focados e concentrados no trabalho de vocês, entramos para o jogo com esse gol, se não a coisa vai acontecer de novo’. E infelizmente a coisa aconteceu de novo. A gente procura alerta-los, falar o que pode acontecer e infelizmente não entramos concentrados”, disse.
”Tomamos dois gols com quatro minutos. Aí qualquer esquema tático vai por água baixo… Tem que abrir o time, se expor, dar espaço ao adversário. Mesmo assim fizemos o segundo gol. No momento que estávamos crescendo na partida, em um lance de total infelicidade do Guga, tomamos o quarto gol. Foi um jogo para tirarmos de lição, aprender bastante e guardar na memória. Esse é o meu tema com o grupo. Infelizmente, falhamos bastante, tomamos quatro gols e pagamos pelos nossos erros. Não tirando o mérito do Bragantino, mas falicitamos muito a vida deles”, finalizou.
Em campo, Eduardo Sasha, Jhon Jhon, Laquintana e Davi Gomes anotaram os gols do Massa Bruta, que encerrou uma sequência indigesta de oito derrotas seguidas na temporada. Hércules e Lucho Acosta descontaram para os cariocas. O Fluminense, por sua vez, ainda viu uma invencibilidade de sete jogos chegar ao fim.
Com o resultado, o time de Bragança Paulista pulou para a 5ª posição com 30 pontos, três a mais que a equipe de Renato Gaúcho, agora em 9º lugar.