O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que Brasil e Estados Unidos se reúnem nesta quinta-feira (16) para discutir as tarifas adicionais impostas a produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano.
O encontro será o primeiro desde a conversa entre Lula e o presidente Donald Trump, no início do mês. Na ocasião, o brasileiro relatou que a “química” entre os dois líderes não foi exatamente harmônica, mas destacou que as negociações seguem abertas.
Missão brasileira em Washington
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou na capital dos Estados Unidos na terça-feira (14). Ele lidera a delegação brasileira na reunião com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, designado por Trump para conduzir as tratativas.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Brasil pretende apresentar argumentos econômicos para reverter as tarifas. Segundo ele, a medida tem encarecido produtos nos próprios Estados Unidos, o que enfraquece a competitividade local e impacta o consumidor.
Haddad também destacou que os EUA mantêm superávit comercial em relação ao Brasil e têm oportunidades de investimento no país, especialmente nos setores de energia limpa, minerais críticos e transformação ecológica.
Política tarifária
O aumento das tarifas faz parte da nova política comercial do governo Trump, que busca reduzir a dependência dos EUA em relação à China. Em abril, Washington elevou as taxas de importação de países com déficits comerciais, aplicando ao Brasil um adicional inicial de 10%.
No entanto, em agosto, uma nova taxa de 40% entrou em vigor em retaliação a decisões consideradas contrárias aos interesses de empresas de tecnologia norte-americanas e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre os produtos afetados estão café, frutas e carnes, enquanto suco de laranja, minérios e fertilizantes ficaram de fora das primeiras listas. Parte dessas mercadorias, no entanto, já foi posteriormente isenta do aumento tarifário.