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Rival no Mundial ajuda a explicar início da influência de bilionários donos do City

A partida entre Manchester City e Al Ain pela segunda rodada da fase de grupos do Mundial de Clubes, às 22h (de Brasília) deste domingo (22), não pode ser contada apenas dentro de campo. O confronto entre o campeão europeu de 2022/23 e o campeão asiático de 2023/24 envolve dinheiro e poder da família Al Nahyan, uma dinastia que comanda Abu Dhabi desde o século 18 e que atualmente tem grande influência no futebol.

É preciso entender o contexto político. Em 1971, sete emirados, territórios governados por diferentes dinastias no Oriente Médio, se juntaram para formar um país: os Emirados Árabes Unidos. O primeiro presidente foi Zayed bin Sultan al Nahyan, então líder do emirado Abu Dhabi, escolhido como a capital. O cargo se tornou hereditário. O atual presidente, desde 2022, é o xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyan.

Mohammed é um dos filhos de Zayed e membro do conselho honorário do Al Ain, rival do Manchester City no Mundial. Isso, por si só, já é um indício da relação entre os Al Nahyan e o futebol. Mas a história começa bem antes, ainda nos anos 60, e também envolve o clube inglês.

O Manchester City é comandado pelo City Football Group, que tem o Abu Dhabi United Group como proprietário majoritário. A empresa por trás do City pertence a Mansour bin Zayed Al Nahyan, outro herdeiro de Zayed, irmão de Mohammed.

Há um outro filho de Zayed que é importante para explicar como a dinastia se envolveu com o esporte: Khalifa bin Zayed al Nahyan. Foi por meio de um carro, mais especificamente uma Land Rover, que ele deu o pontapé inicial para a família ganhar relevância no mundo do futebol.

Ajuda aos fundadores do Al Ain

O Al Ain, que já foi vice-campeão mundial em 2018, foi fundado em 1968. O clube leva o nome da cidade onde surgiu, a segunda maior de Abu Dhabi. Um grupo de jovens formou a equipe e alugou uma casa para usar de sede. O local, porém, era considerado pequeno. No ano seguinte, em 1969, eles resolveram pedir ajuda a Khalifa bin Zayed al Nahyan, então herdeiro do emirado.

Khalifa quis ajudar e forneceu uma propriedade em Al Jahili, que ficava nos arredores da cidade. Por conta da distância até a nova sede, deixou uma Land Rover à disposição para que os membros do novo time pudessem se deslocar.

O clube chegou a passar por uma ruptura, com alguns dissidentes formando um novo time em 1971: o Al Tadhamun. Em 1974, porém, houve um acordo para uma união. Foi criado o Al Ain Sport Club, que estreou no campeonato nacional em 1975/76. Khalifa se tornou presidente de honra.

Em 1979, Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, hoje líder dos Emirados Árabes Unidos, assumiu a presidência do clube. O time se tornou um “representante” da dinastia. O atual estádio leva o nome de Hazza bin Zayed, também um Al Nahyan, atual primeiro vice-presidente da equipe.

Compra do Manchester City

O Manchester City foi fundado quase 100 anos antes do Al Ain, em 1880. Até 2008, a equipe tinha apenas dois títulos do Campeonato Inglês, conquistados em 1936/37 e 1967/68, e vivia na sombra de outro clube da cidade: o Manchester United.

A história mudou quando Mansour Bin Zayed Al Nahyan, por meio do Abu Dhabi United Group, comprou a equipe. O investimento inicial foi de 200 milhões de libras (quase R$ 1,5 bilhão na cotação atual). Mansour, além de membro da família que comanda Abu Dhabi, é um magnata, com fortuna bilionária. Em 2023, foi nomeado vice-primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos.

De acordo com dados do Transfermarkt, o valor gasto pelo City em reforços entre as temporadas 2008/09 e 2025/25 foi de 2,8 bilhões de euros (R$ 17,7 bilhões). A equipe arrecadou cerca de 1,1 bilhão de euros em vendas (R$ 6,9 bilhões).

O investimento deu resultados. Desde a compra, o time conquistou oito títulos de Premier League, além da inédita taça da Champions League, em 2023, e do Mundial, no mesmo ano.

Encontro no Mundial de Clubes

A família Al Nahyan deve estar de olho na disputa do Mundial de Clubes. O campeão receberá um valor de 40 milhões de dólares (R$ 219 milhões).

Apenas pela participação, a Fifa pagará aos times europeus entre 12,81 milhões de dólares (R$ 70,3 milhões) e 38,19 milhões de dólares (R$ 209 milhões), de acordo com o ranking da Uefa. Para os asiáticos, caso do Al Ain, são 9,55 milhões de dólares (R$ 52,4 milhões). Também há valores pagos a cada fase disputada.

City e Al Ain estão no grupo G do torneio, ao lado de Juventus, da Itália, e Wydad Casablanca, de Marrocos. Os ingleses estrearam com vitória por 2 a 0 contra os marroquinos, enquanto a equipe dos Emirados Árabes foi derrotada por 5 a 0 para os italianos.

Onde assistir a Manchester City x Al Ain?

Manchester City x Al Ain, às 22h (de Brasília), terá transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+.

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