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Rodovia do Café pode ser triplicada entre PG até a interseção da BR-277

A ‘Rodovia do Café’, que atravessa todo o Paraná, desde o Mato Grosso do Sul até Santa Catarina, sendo o principal caminho logístico rumo ao Sul do Brasil, poderá ser triplicada em alguns trechos da BR-376. O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística do Paraná (Seil), Sandro Alex (PSD), esteve na sede do Grupo aRede para compartilhar informações sobre o projeto. A proposta tem como objetivo triplicar os trechos que atravessam Ponta Grossa e, se o projeto evoluir, as obras de triplicação podem ser executadas a partir da Cargill, até a ‘Sprea’, antes do entroncamento com a BR-277 na saída a Curitiba.

Segundo o secretário, a reunião está programada para acontecer ainda na próxima semana em Ponta Grossa. “Vou trazer esta proposta na reunião do Plano Estadual de Logística de Transportes (PELT), junto às concessionárias e aos órgãos do Estado. Faremos um grande evento na Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), e claro, esse assunto virá à tona. Vai ter a região, prefeitos, associação, a Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG), Federação, com todos os órgãos ali falando desse assunto. Com certeza, isto pulsará na cidade”, afirma.

Com o decorrer destas assembleias, Ponta Grossa pode passar a ter novas duplicações e triplicações em suas rodovias a partir do desdobramento das obras nos trechos que ligam o Porto de Paranaguá ao norte e noroeste do Paraná, além de outros estados, São Paulo e Mato Grosso. Com a expansão da BR-376, também entra em discussão a triplicação do trecho até o Porto de Paranaguá, uma das principais vias de logística e exportação do Brasil, com expansão total de 958,3 km. Segundo a assessoria de Portos do Paraná, entre janeiro a julho deste ano, 21.138 caminhões de carga de Ponta Grossa passaram pelo pátio de triagem na cidade, gerando uma média de 100 caminhões por dia saindo do município até o Porto. Isso reflete, ainda, em outro cálculo: uma média de 1 caminhão de Ponta Grossa rumo a Porto de Paranaguá a cada 15 minutos. Destes, os principais produtos transportados foram farelo de soja, milho e soja (grão).

Até julho de 2025, 21 mil caminhões de origem em Ponta Grossa trafegaram até o Porto de Paranaguá



Até julho de 2025, 21 mil caminhões de origem em Ponta Grossa trafegaram até o Porto de Paranaguá


|  Foto:
Arte/Geverson Cunha/Grupo aRede.

 

GATILHO VOLUMÉTRICO – O secretário é positivo sobre a existência de gatilhos de capacidade que justificam a ampliação, e virá a Ponta Grossa na próxima semana para debater com entidades políticas e empresariais do município e região, como a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), sobre a possibilidade da execução de futuras obras. “Se tivermos a necessidade (de expandir as vias de), Ponta Grossa até ‘ ‘Sprea’, não só do ‘Sprea’ a Curitiba, ter três pistas, isto é inserido automaticamente, porque há um volume maior e uma arrecadação maior. E sempre que há uma arrecadação maior, tem que ter um equilíbrio para o usuário ou uma obra nova. Então, isto vai acontecer”, afirma. Gatilho volumétrico, como apontado pelo secretário, é a cláusula contratual que institui que a realização de obras em um trecho de rodovia só pode acontecer quando o tráfego atingir um determinado nível, indicando a necessidade de melhoria ou expansão.


VÍDEO
















Registros do fluxo na BR-376 |
Autor: Bernardo Rosas/aRede.



  

Ainda de acordo com Sandro Alex, já existe uma relação de obras previstas por exigências que correspondem ao avanço industrial de Ponta Grossa. “Novas necessidades estão surgindo, e continuará sendo assim ao longo de cinco, 10, 15, 30 anos. Então, estou positivo que isso vai acontecer, porque há um gatilho”, disse à equipe de Jornalismo do Portal aRede.

A execução das obras de triplicação deve partir de São Luiz do Purunã, a 67,6 km de Ponta Grossa. “É necessário, porque cada vez mais o porto aumenta sua movimentação, então a rodovia Ponta Grossa e Curitiba vai passar por ampliação de capacidade. De São Luiz do Purunã, passamos a ter três pistas; em Curitiba, quatro pistas; e tudo isso foi planejado com grandes investimentos, não só com menor preço, mas obras dentro da Concessão”, diz.

Secretário de Estado Sandro Alex deve reunir entidades e representantes da região para debater sobre triplicação da BR-376



Secretário de Estado Sandro Alex deve reunir entidades e representantes da região para debater sobre triplicação da BR-376


|  Foto:
Geraldo Bubniak/AEN

  

O “problema” da tarifa no Paraná, de acordo com o secretário, é justificado pelas obras. Sandro defende a importância das taxas pagas aos pedágios, e remete ao caso do estado de Santa Catarina. “Tenta chegar até Florianópolis hoje. Santa Catarina está começando a pensar mais nas obras, mas antes a tarifa era ‘baratinha’. E as pessoas ainda não entendem que tarifa se faz por obra. Se você quer mais obras, a tarifa sobe”, argumenta o secretário Sandro Alex.

PROPOSTA – Em entrevista concedida ao Portal aRede, o secretário de Infraestrutura e Planejamento (SMIP) de Ponta Grossa, Luiz Henrique de Souza Honesko, diz concordar com a proposta de triplicação do trecho da BR-376 a partir do município. “Fundamental que essa expansão de capacidade se estenda até a cidade. É precisamente nesse trecho que se concentra a maior parte do tráfego de cargas que têm Ponta Grossa como origem ou destino. A ausência de terceiras faixas nesse segmento cria um gargalo intransponível, limitando a fluidez e a segurança e, consequentemente, impedindo que Ponta Grossa possa capitalizar plenamente sua vocação logística”, afirma o secretário.

João Arthur Mohr, gerente de assuntos estratégicos da FIEP, descreve que Ponta Grossa “é, sempre foi e sempre será” um grande entroncamento viário. “É a única cidade do Paraná por onde passam três lotes de pedágios. Só esse fato torna a questão rodoviária do município algo tão importante a ser debatido”. De acordo com o gestor, a faixa adicional de Ponta Grossa até o ‘Sprea’ ainda não está prevista no planejamento de obras, e passa por um momento de discussão. “Isso ainda está sendo pleiteado para a concessionária. Inclusive, tivemos a primeira reunião tripartite do Lote 3 nesta semana, em Londrina, porque a cidade também divide o mesmo lote que Ponta Grossa”, diz.

João Arthur Mohr, gerente da FIEP, apoia a triplicação de Ponta Grossa até o 'Sprea'



João Arthur Mohr, gerente da FIEP, apoia a triplicação de Ponta Grossa até o ‘Sprea’


|  Foto:
Agência de Notícias da Indústria

  

O problema do ‘entroncamento’, como descrito por João Arthur, reflete diretamente na logística do Estado. “Há uns anos, uma empresa de exportação em Ponta Grossa conseguia carregar um container e levar até Paranaguá em um dia. Isso porque o trânsito ainda era fluido. Hoje, tem tanto movimento que ele precisa parar, pernoitar em Paranaguá, daí volta para Ponta Grossa. O que era feito em apenas um dia, hoje precisa de dois. Se a empresa precisava de 10 caminhões, com a demora da estrada, precisa de 20”, explica o gerente da FIEP.

Além da lentidão, o registro de acidentes na BR-376 preocupa as entidades que estão debatendo a relevância da expansão rodoviária. “O número de acidentes e a gravidade deles é um ponto muito importante. Além de reduzir essa série de acidentes, que além de trágico, trava toda a estrada da Serra, gerando congestionamentos e refletindo em custos logísticos para todo mundo”, diz.

BR-376 tem fluxo de veículos que mescla entre carros e caminhões de carga



BR-376 tem fluxo de veículos que mescla entre carros e caminhões de carga


|  Foto:
Bernardo Rosas/AeroaRede.

  

O gerente da FIEP, assim como os secretários de Estado e de Ponta Grossa, pontua como o debate sobre a faixa adicional é fundamental para aprimorar a infraestrutura da BR-376. “Tentaremos antecipar as outras obras que envolvem o Contorno Norte e Leste de Ponta Grossa, e em seguida faremos a previsão dessa faixa adicional desde Ponta Grossa até o extremo do Sprea, pois para o Lote 1 essa faixa adicional já está prevista. Então, poderíamos sair de Ponta Grossa até Paranaguá em três faixas, mais o acostamento”, avalia.

FISCALIZAÇÃO – Em junho deste ano, a FIEP lançou uma plataforma de monitoramento das rodovias, o ‘Observatório dos Pedágios’. Segundo João Arthur, é importante que os paranaenses utilizem a ferramenta para acompanhar as obras que estão acontecendo na região. “Queremos tornar todas aquelas 1.500 páginas de arquivo de obras em algo mais amigável, para que qualquer pessoa possa olhar. Ali, você consegue saber sobre duplicações, construção de viadutos, entre outros. É importante que a população se familiarize e acompanhe as obras. Afinal, quem melhor para acompanhá-las, se não as pessoas que passam por ali, todos os dias”, questiona.

Representante de Ponta Grossa no Poder Legislativo, Fabio Oliveira (Podemos) participa da discussão sobre o PELT



Representante de Ponta Grossa no Poder Legislativo, Fabio Oliveira (Podemos) participa da discussão sobre o PELT


|  Foto:
Valdir Amaral/Alep

 

Fabio Oliveira (Podemos), deputado estadual do Paraná e um dos representantes de Ponta Grossa no Poder Legislativo, afirma que são mais de 400 pessoas envolvidas em oficinas do PELT, que percorre todo o Estado. “A grande sacada do plano é justamente essa integração entre setores, regiões e modos de transporte, sempre com foco em eficiência, previsibilidade logística e desenvolvimento sustentável”, afirma. Segundo o representante da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), os trechos da BR-376 aparecem em três lotes diferentes para intervenções do plano. “Estão previstos trechos duplicados, contornos em cidades como Apucarana, Arapongas e Califórnia, além de faixas adicionais na Serra do Cadeado, por exemplo”.

Com relação a Ponta Grossa, o parlamentar diz que há a previsão de duplicação em trechos da BR-373, uma das imbricações da BR-376 que passa entre os bairros Nova Rússia e Chapada, dentro do município. “Está prevista a duplicação de um longo trecho entre Ponta Grossa e Prudentópolis, além de faixas adicionais, vias marginais, viadutos e passarelas”, diz.

DOIS NOVOS CONTORNOS DEVEM CRIAR A ‘LINHA VERDE’ DE PONTA GROSSA 

Enquanto a triplicação da BR-376 segue sendo debatida, a concessão do ‘Arco Norte de Ponta Grossa’ já é uma realidade. Esta é uma das mais importantes obras recentes da cidade, com 42,35 km de pistas duplicadas entre o Contorno Norte, que liga a BR-376 com a BR-373, e o Contorno Leste, que conecta a BR-373 com a PR-151, chegando ao fim do contorno na saída da BR-376, na região do bairro Cará-Cará.

A obra faz parte do pacote previsto no Lote 3 – que prevê R$ 16 bilhões de
investimentos, sendo R$ 1,6 bilhão somente para os Contornos, conforme valores
divulgados pela ANTT,
e será executada pela Motiva/CCR PR Vias, com previsão de entrega para o 6º e 7º ano de concessão, que
teve início neste ano, 2025.
O objetivo do projeto é desafogar as avenidas
Souza Naves e Presidente Kennedy, que, segundo informações do
Sindicato das Empresas de
Transporte de Cargas de Ponta Grossa (Sindiponta), as duas avenidas contêm um
volume de aproximadamente 70% de veí
culos de carga, sendo as principais commodities agrícola e industrial. As
avenidas, pr
óximas ao
Centro da cidade, são contidas por um fluxo de caminhões com destino ao Sul do
Brasil, como foi dito no início desta mat
éria.

Contornos Norte e Leste somam mais de 42km em extensão



Contornos Norte e Leste somam mais de 42km em extensão


|  Foto:
Arte/Geverson Cunha/Grupo aRede.

  

Segundo a
assessoria de comunicação da concessionária, os estudos de trajetos e extensões
dos Contornos Norte e Leste estão em andamento. “Seguimos as diretrizes da ANTT
e, assim que os projetos estiverem aprovados, as informações serão divulgadas.
Trabalhamos para o atendimento do cronograma contratualmente previsto.
Participamos da Comissão Tripartite da Rodovia Concedida (CTRC), fórum em que
dialogamos com representantes da sociedade civil. Esse é o canal de diálogo e
participação da população no acompanhamento das ações da concessão, suas obras
e serviços”, afirma.

Edis "Edinho" Moro preside o Sindiponta, com mais de 150 empresas representadas



Edis “Edinho” Moro preside o Sindiponta, com mais de 150 empresas representadas


|  Foto:
Divulgação.

  

TRÁFEGO – Em conversa
com Edis
Edinho” Moro, presidente do Sindiponta,
o mesmo constatou que não existem alternativas de fluxo senão pelas avenidas
Souza Naves e Presidente Kennedy.
o há nenhuma PR ou BR construída nos
últimos 20 anos que tenha capacidade de aliviar o tráfego ali”, declara.
Segundo Edinho, enquanto o plano privatizado de concessão acontece,
é preciso exigir fiscalização da
PRF e da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), devido à frequência de acidentes
graves registrados na regiã
o.

Para João
Arthur, da FIEP, o principal motivo da obra
é o perigo da via para os moradores de
Ponta Grossa, devido ao conflito de trânsito de veículos pequenos e caminhões
de grande carga.
São constantes acidentes relatados na
região, e muitos deles são graves. Todo esse tráfego será contornado por isso.
Al
ém do Contorno, as duplicações
previstas no planejamento serão entregues a partir de fevereiro de 2027, ou
seja, em mais 5 anos, teremos tudo”, afirma.

Viaduto Eurico Batista Rosas visto de cima



Viaduto Eurico Batista Rosas visto de cima


|  Foto:
Bernardo Rosas/AeroaRede.

NOVAS OBRAS – João
complementa que, al
ém das concessões nos trechos, há um novo planejamento da construção de
uma área de serviços entre os contornos Norte e Leste.
Queremos criar esse espaço para
oficinas mecânicas, postos de combustível, restaurantes, entre outros serviços,
porque os caminhõ
es que estão
viajando pela Souza Naves e Presidente Kennedy vão precisar sair dali. Então,
precisaremos de uma área prevista para atender a demanda do usuário das
rodovias”, pontua o presidente da FIEP.

Giorgia Bin
Bochenek, presidente da Acipg, afirma estar acompanhando cada passo das obras
do
Arco
Norte
,
em razão de que a associação ocupa um assento na Comissã
o Tripartite do Lote 3. Isso
nos dá possibilidade de cobrarmos sistematicamente a concessionária, a
Secretaria de Infraestrutura e Logística e a Polícia Rodoviária Federal”, garante
a presidente.

A presidente da Acipg, Giorgia Bin Bochenek, garante fiscalização da Associação com as obras dos Contornos



A presidente da Acipg, Giorgia Bin Bochenek, garante fiscalização da Associação com as obras dos Contornos


|  Foto:
Divulgação.

 

De acordo com Giorgia, a associação mantém uma agenda de
reuniõ
es técnicas
regularmente com os
órgãos responsáveis pela BR-376.
A realidade atual
apresenta desafios significativos na convivência nestas vias. As obras do
Contorno representam solução estruturante para este problema, ao redirecionar o
fluxo dos caminhões para fora do perí
metro urbano”, diz. Ainda segundo a presidente da
Associaçã
o, é fundamental
que os projetos sejam acompanhados de ações de planejamento urbano na cidade
para evitar futuros gargalos.

FUTURO – Ao
consultarmos Luiz Honesko sobre o problema indicado ao olhar o futuro da
cidade, o secretário responsável pela Infraestrutura do município afirma que há
planos para a municipalização destas vias a partir de 2032, ano seguinte ao t
érmino da
concess
ão de obras
do Arco Norte.
Elas deixarão de ser meros corredores de
tráfego para se tornarem eixos logísticos internos e, no futuro, uma Linha
Verde para Ponta Grossa. Nossa gestão já está engajada no planejamento para
definir as intervenções necessárias de desenvolvimento”, declara.

Ponta Grossa é 'entroncamento' viário, diz João Arthur, da FIEP



Ponta Grossa é ‘entroncamento’ viário, diz João Arthur, da FIEP


|  Foto:
Bernardo Rosas/AeroaRede.

 

Segundo informações concedidas pela PRF, é a partir da ‘devolutiva’ das obras a partir do 6º e 7º ano que os trechos da rodovia voltam para o poder público. “Então, todos os projetos, a partir da entrega das obras no trecho, ficam por conta do DNIT. A Souza Naves e a Presidente Kennedy também”, diz Luis Berteli.

A partir da semana seguinte, as discussões sobre a proposta de um planejamento de triplicação dos trechos da rodovia BR-376 devem seguir com os representantes do município na Acipg, como comunicado pelo secretário de Estado Sandro Alex. Já as obras da concessão dos Contornos Norte e Leste podem ser acompanhadas no ‘Observatório dos Pedágios’, aplicativo desenvolvido pela FIEP.


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