O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em nota nas redes sociais, nesta segunda-feira, 4, Marinho afirmou que “não é coincidência” a medida ocorrer no mesmo dia em que a Vaza Toga divulgou os abusos do ministro.
“Trata-se de uma cortina de fumaça para abafar as denúncias trazidas pelas reportagens investigativas”, escreveu o senador. Segundo ele, o país vive sob uma “jurisprudência de exceções”, com a relativização de garantias como devido processo legal, contraditório e inviolabilidade de mandatos parlamentares.
NOTA OFICIAL
No mesmo dia em que a Vaza Toga revela novos abusos de Alexandre de Moraes, o ministro volta a se exceder e decreta a prisão de Jair Bolsonaro — o maior líder político da história do Brasil. Coincidência? Evidente que não. Trata-se de uma cortina de fumaça para…
— Rogério Marinho🇧🇷 (@rogeriosmarinho) August 4, 2025
Marinho afirmou ainda que Bolsonaro é alvo de um processo baseado “em uma única delação premiada” e teve sua liberdade restringida por “crime de opinião”. E concluiu afirmando que “vingança não é justiça”.
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O senador também disse que Moraes está cometendo abuso de autoridade e defendeu o impeachment dele. “Não aceitaremos mais esse Estado de exceção”, afirmou. “Conclamamos todos os Senadores da República a honrarem seus mandatos.”
Moraes alega desrespeito às medidas cautelares
Na decisão, Moraes alega que o ex-presidente violou medidas cautelares ao usar redes sociais de terceiros para se manifestar politicamente. O ministro citou uma publicação feita neste domingo, 3, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com vídeo de seu pai falando a apoiadores em manifestação no Rio de Janeiro.
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Para o ministro, mesmo sem usar seus próprios perfis, Bolsonaro atuou deliberadamente para burlar as restrições. O despacho aponta ainda que ele manteve “influência ativa” no debate digital, ao produzir conteúdo publicado por aliados.
Além da prisão domiciliar, o ministro determinou o recolhimento de celulares da residência de Bolsonaro. Também proibiu visitas e falou sobre a “necessidade de medidas mais gravosas” diante da reiteração das condutas.