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Rolls Royce, ‘duras’ em vestiário e vaias: as crises que Depay já gerou antes do Corinthians

Contratação mais badalada da história recente do Corinthians, Memphis Depay atravessa dias de turbulência intensa dentro e fora de campo. Após se envolver uma polêmica ao faltar a um treinamento por ainda ter valores a receber do clube, como a premiação de R$ 4,7 milhões pela conquista do Campeonato Paulista, o holandês foi substituído no intervalo do clássico contra o São Paulo, que terminou com vitória tricolor por 2 a 0.

Depois de ser sacado pelo técnico Dorival Júnior por decisão “exclusivamente técnica”, o meia-atacante não retornou para o banco de reservas no Morumbi, gerando um novo “climão”.

Sem citar o nome do holandês, o treinador condenou a atuação coletiva da equipe e afirmou que “é preciso que todos cumpram funções que são importantes”.

A postura do jogador em campo também gerou críticas do ex-meia Neto, ídolo do Corinthians.

“Deixa o cara jogar, irmão. Deixa o cara ficar 90 minutos e passar vergonha”, detonou o ídolo corintiano. “Deixa o cara que ganha 6 milhões em campo. Aí tira e facilita para o cara”.

Essa, no entanto, não é a primeira vez que o astro se envolve em polêmicas na carreira sobre o comprometimento coletivo em campo.

‘Gelo’ na Holanda e cobrança no United

Com ainda 21 anos, em 2015, Depay foi deixado de fora de uma convocação para a seleção da Holanda e levou um “puxão de orelha” público do técnico Danny Blind justamente por esse motivo.

“Vejo que Depay é um jogador para o futuro, mas há outras questões a serem analisadas. O futebol de alto nível exige que você funcione em equipe. Ele nem sempre faz isso. É algo que ele precisa aprender”, disse o treinador à época.

A declaração do então treinador da seleção holandesa seguiu a mesma direção da visão de uma outra lenda do país: Louis van Gaal.

À frente do Manchester United naquele ano, o técnico não escondeu que enfrentou problemas para fazer o compatriota “se adequar à filosofia do clube”, um trabalho que vinha sendo feito nos bastidores por ninguém menos que Ryan Giggs, ídolo dos Red Devils e que ocupava o posto de auxiliar em outubro de 2015.

“Ryan já lhe deu conselhos, mas o jogador é responsável pelos seus próprios atos”, disse Van Gaal sobre os problemas enfrentados por Depay. “É preciso respeitar a filosofia da equipe. Vimos que alguns jogadores não conseguem se adaptar. Não dá para saber com antecedência antes de comprá-los. É preciso esperar para ver. Isso aconteceu com Ángel Di María e Falcao García”.

“O problema com jogadores jovens é que não são consistentes. Isso você tem que aprender. Temos que dar tempo a ele”.

A declaração aconteceu após uma derrota por 3 a 0 do United para o Arsenal, quando Depay foi substituído justamente no intervalo. De acordo com veículos da imprensa inglesa, Memphis foi cobrado por Ryan Giggs sobre o comportamento fora de campo e seu “estilo de vida extravagante” que contrastava com o desempenho no time: um gol em oito jogos à época.

O holandês se manifestou sobre as cobranças que recebeu pelo comprometendo coletivo em campo.

“Foi uma conversa muito boa quando falei com Danny Blind. Sou um jogador de equipe e os outros jogadores também pensam isso. Não acho que esteja em um caminho ruim na minha carreira como a imprensa fala, mas acho que minha fase não está muito boa”, afirmou Depay à ESPN em novembro de 2015.

“Continuo trabalhando duro. Só porque não estou naquela mesma fase que estava na Copa do Mundo, não significa que não trabalhe duro. Me sinto bem novamente. As pessoas não veem o que estou fazendo nos treinos, então pensam que não estou ocupado com futebol, mas isso não é verdade”.

Sobre a suposta “dura” recebida de Ryan Giggs, Memphis também rebateu aquilo que chamou de “um total absurdo”.

“O engraçado é que, desde que cheguei à Inglaterra, só saí uma vez. Uma vez. Recentemente li que o Ryan Giggs me abordou sobre a minha reputação de festeiro e coisas assim. É um absurdo total! Totalmente inventado”, disse Depay ao jornal Algemeen Dagblad.

“Muitas vezes penso: ‘Deixe-me fazer isso. Deixe-me usar as roupas que eu quero usar’. Por que todo mundo está fazendo tanto alarde sobre isso? Eu também sou apenas um garoto de 21 anos. Por que eu deveria me adaptar? Algumas pessoas colecionam selos. Gosto de moda, de descobrir coisas novas. Me sinto bem fazendo isso”.

E até mesmo o papo particular com Ryan Giggs foi abordado.

“Aquilo ficou entre eu e ele. Giggs me deu bons conselhos e tenho trabalhado em algumas coisas com ele”.

“…aí ele apareceu com um Rolls Royce”

Quem também viveu uma situação inusitada com Depay nos tempos de United foi Wayne Rooney. E mesmo e elogiando a maneira como o holandês se dedicava nos treinos, o atacante revelou um “conselho” ao companheiro sobre a vida fora dos gramados.

“Ele trabalhava muito duro nos treinos todos os dias para provar seu valor. Foi mais sobre algumas coisas fora do campo sobre as quais falei”, disse ele à BBC.

Depois de um erro que resultou em um gol do Stoke City em uma partida da Premie League, o holandês acabou sacado no intervalo e foi colocado para trabalhar com os reservas no dia seguinte.

Foi então que Depay surpreendeu com sua excentricidade.

“Ele apareceu com um Rolls Royce e um chapéu de cowboy. Eu precisei falar com ele”.

Polêmicas no Lyon até com brasileiro

“Amadureci”. Foi assim que Depay classificou seu momento na chegada ao Lyon após deixar o United. No clube em que viveu a melhor fase na carreira, no entanto, o holandês também teve problemas em uma relação de “tapas e beijos” com o técnico Bruno Genesio.

Entre os casos esteve se reapresentar para a pré-temporada do clube uma semana depois do elenco sem autorização, assim como dizer que “queria jogar por um clube maior que o Lyon”.

Em uma vitória por 2 a 1 sobre o Angers em que começou a partida entre os reservas, Depay disparou.

“Estou cansado de ouvir sempre que mudei o jogo. Ainda não me sinto um jogador respeitado. Sempre cumpro meu papel, sou mentalmente forte. Tenho que aceitar as decisões do técnico. Estou decepcionado, acho que mereço mais respeito. Mereço mais do que isso e deveria jogar todas as partidas”.

A ESPN chegou a apurar à época que Genesio não recebeu as críticas com bons olhos, inclusive repreendendo o holandês diante do elenco após uma partida, criticando a atitude e o egoísmo do jogador e mencionando novamente seu retorno tardio das férias. Fontes ouvidas revelaram que muitos companheiros de equipe também ficaram descontentes com os comentários.

Na partida seguinte, após iniciar entre os titulares diante do Bordeaux, Depay acumulou 21 perdas de bola e acabou vaiado por torcedores.

O treinador francês chegou a admitir que deixar Memphis Depay entre os reservas em alguns jogos ajudou a controlar a situação em torno do holandês.

“Não sei se o abalei, mas tive boas conversas com ele”, disse Genesio à Rádio RMC. “Às vezes ele fica fora do time, às vezes no banco. Acho que isso tem sido benéfico para ele. A verdade é que nos treinos ele é um jogador diferente. Estou feliz com seu envolvimento no jogo”.

Mas o auge da crise atravessada por Depay no Lyon aconteceu com Juninho Pernambucano.

Ídolo do clube, o brasileiro trabalhou como diretor durante a passagem do holandês na França.

Após o desgaste de meses na negociação pela renovação de contrato que levou o atacante a deixar o clube de graça, Juninho disparou sobre a postura de Memphis.

“Memphis Depay só queria um time para si. Não é uma crítica. Tinha um bom relacionamento com ele. Mas, por outro lado, toda a equipe tinha que girar em torno dele e isso é muito difícil. Todos deveriam sentir que estão trabalhando da mesma forma”, disse o brasileiro.

“Existem apenas quatro jogadores no mundo pelos quais você tem que fazer tudo: Messi, Ronaldo, Neymar e Mbappé. Se você tiver um deles, o time pode girar em torno deles. Acho que o Depay é ótimo, mas não está no nível deles. E acho que ele precisa se esforçar mais sem a bola”.

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