O Brasil foi tetracampeão mundial de futebol há exatos 31 anos, em 17 de julho de 1994, após derrotar a Itália nos pênaltis. Passadas mais de três décadas, Romário reuniu, em seu canal no YouTube, os campeões Jorginho, Branco, Ricardo Rocha e Dunga. Eles discutiram temas como a situação atual da seleção brasileira.
O papo foi gravado antes das falas do técnico Filipe Luís, do Flamengo, sobre Pedro. O treinador afirmou que as atitudes do atacante na última semana foram “lamentáveis” e “beiraram o ridículo”, citando falta de comprometimento com os treinos e explicando por que não relacionou o jogador. Na conversa, porém, os tetras viram o centroavante com capacidade para ser o camisa 9 da seleção.
“Nós temos bons jogadores, mas acho que a gente ainda não definiu o atacante. Está faltando. Para mim, o Pedro ainda é o melhor atacante que temos, apesar de não ter ido bem na Itália, é o centroavante que nós temos”, disse Jorginho, que viu Romário concordar com a ideia.
O ex-volante Dunga, capitão em 1994, também elogiou o jogador flamenguista.
“Nós precisamos de um matador. Atacante faz gol de vez em quando, matador, de cada dois, faz um. Brasil precisa do cara que faça gol, precisamos jogar para quem é goleador, matador. (Pedro pode resolver isso?) Em forma, acho que sim, é uma característica diferente. Talvez, nesse primeiro momento, Ancelotti não convocou porque ele não foi bem na Europa, e ele trouxe jogadores que foram bem na Europa quatro anos atrás. Ele trouxe jogadores que ele tinha confiança, para ter estrutura. Daqui para frente, acho que ele vai observar mais. Como não temos jogadores que entram muito na área, Pedro é importante. Vendo, parece lento. Mas não é lento. Sabe se posicionar, sabe chegar…”, analisou.
Neymar tem de chamar responsabilidade como Romário
Os campeões de 1994 também acreditam que Neymar precisa “querer” e chamar a responsabilidade para ele na próxima Copa do Mundo. O comportamento de Romário no tetra foi usado como exemplo positivo.
“Ele tem de bater no peito e dizer: ‘Eu quero’. Depende mais dele do que da seleção. Ele querendo, ele vai. Todos aqui levariam ele. Se eu sou o Neymar, chamo todos os jogadores, como a gente fazia, diria: ‘Eu vou definir, deixa comigo’. Antes da Copa de 94, você (Romário) disse, e ninguém vai ter esse peito hoje: ‘Se o Brasil perder, a culpa é minha’. Não existe mais esse tipo de jogador. E você sabia o grupo que tinha ao seu lado também”, afirmou Ricardo Rocha.
“Não tem jeito, para mim, não existe jogador como o Neymar. Vinicius Jr. é muito bom jogador, Raphinha é muito bom jogador, Rodrygo, mas não são o Neymar. Neymar tem de chamar essa rapaziada, pegar uma lista, e falar: ‘Não vamos discutir premiação, não vamos levar família e amigos para concentração, temos um foco: ser campeões do mundo. Eu estava lá no Carnaval, mas não estou mais, estou aqui, sou o cara’. Você (Romário) não falava que era o cara? E fez por onde. A gente sabia das suas ‘escapadas’, mas você resolvia na p… do campo”, completou Jorginho.