Maurício Ruffy enfrenta Benoit Saint Denis no co-evento principal do UFC Paris, neste sábado (6), e busca continuar sua ascensão meteórica na categoria dos leves.
Após aplicar o possível nocaute do ano em Bobby Green no UFC 313, Ruffy agora coloca a 13ª colocação dos rankings dos leves, que pertence a Saint Denis, em jogo. O brasileiro, recentemente, ingressou no top 15 da categoria mesmo sem lutar e agora quer se alavancar para o topo da categoria.
Uma vitória contra Saint Denis, na casa do francês, poderia até representar um salto muito maior até do que o top-13, ou top-10. Maurício enxerga que, se bater Benoit em Paris, se aproxima do top 5 da sua categoria.
Entretanto, parar o francês, ex-soldado e que vem de uma vitória por submissão contra Kyle Prepolec no UFC 315, não é tarefa fácil, como reconhece Ruffy. Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, Maurício explicou os pontos fortes que enxerga em seu oponente.
“Eu acho que ele é um cara muito expressivo em tudo que ele faz, até na maneira de falar ou de lutar. Então é alguém que gosta de fazer guerra com todo mundo, que bota muita energia, principalmente quando toma um golpe forte e já quer trocar força”, explica Ruffy.
O brasileiro, por seu lado, representa uma espécie de “antítese” ao jogo do francês, como ele mesmo admite. Conhecido por seu estilo de luta fluído, que consiste em entrar e sair de golpes, procurando um impacto mais preciso do que violento, Ruffy ainda assim consegue ser um finalizador nato, algo que ele promete manter contra Saint Denis.
“Eu vou entrar lá no dia seis e vou fazer uma grande luta, tirando o melhor de mim, performando e conseguindo um nocaute ou uma finalização antes de acabar o terceiro minuto”, aponta o brasileiro.
Buscar essa finalização pode ter seu caminho facilitado por um compatriota, ou correligionário, de Ruffy. Dono de um cartel invejável de 14 vitórias e apenas 3 derrotas, Saint Denis chegou ao UFC com um certo hype. Entretanto, o francês emendou dois reveses seguidos no ano passado e viu seu sucesso ser freado primeiro por Dustin Poirier e segundo pelo brasileiro Renato Moicano.
Ruffy, que faz parte da Fighting Nerds, equipe conhecida por estudar seus oponentes, admite que não assistiu tanto a luta de Renato Moicano. O brasileiro, apelidado de “Money”, apelou para seu grappling e machucou Saint Denis no chão, algo que Maurício não pretende fazer.
Ainda assim, Ruffy reconhece os caminhos mostrados por seu compatriota: “Eu agradeço muito por essa luta ter acontecido, deu para tirar vários pontos legais dessa luta. E, Moicano, agradeço pela pela torcida, mas eu não me apego a opinião de nem dos fãs, nem dos contras, eu não me apego”.
Caso vença Saint Denis, o brasileiro tem um alvo claro em mente para consolidar sua vaga como desafiante ao cinturão, após se aproximar do top-5: “Eu acho que uma luta muito empolgante seria Maurício Ruffy e Justin Gaethje. Seria um embate muito legal. Acho que todos os fãs iriam querer ver esse confronto”.
Caso seus desejos se concretizem, uma vitória sobre Gaethje mais do que credenciaria Ruffy a ser o próximo desafiante de Ilia Topuria, atual campeão da divisão e que, assim como o brasileiro, também se espelha muito em Conor McGregor.
O espanhol vem de uma vitória avassaladora contra Charles do Bronx no UFC 317, quando se tornou o rei dos leves na maior companha de MMA do mundo. Invicto, e em uma sequência impressionante de três nocautes, Topuria parece imparável.
Maurício Ruffy, entretanto, discorda, e aponta que seria capaz de nocautear o georgiano em uma luta pelo cinturão, pontuando que “Eu acho que um erro ali, um cairia, e eu vejo muitos, muitos erros no Topuria, eu não sei como que a galera ainda não viu isso”.
“E eu acredito que eu tenho todas as ferramentas para nocautear o Topuria hoje, hoje! Estou aqui trabalhando, me dedicando e se Deus me der a oportunidade de ser com ele, ou com outro campeão, vou lá subir mais uma vez para dar o meu melhor”, finaliza.