O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o país está pronta para uma nova rodada de negociações de paz, desta vez com possibilidade de ocorrer em Istambul, na Turquia. Embora ainda não haja definição sobre data ou local exato, a fala reaquece expectativas por um avanço no diálogo entre os dois países após meses de impasse.

“Concordamos que, depois da conclusão desta etapa, realizaremos uma terceira rodada de negociações”, declarou Putin a jornalistas, durante visita oficial em Minsk. “Em geral, estamos prontos para isso, mas precisamos concordar sobre o local e o horário.”

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Segundo o presidente russo, representantes de ambos os lados mantêm contatos regulares, apesar das divergências ainda profundas nos pontos discutidos.

Putin destacou que o foco da nova rodada deverá ser a análise de memorandos já apresentados por ambas as delegações na reunião: “E qual será o assunto? Na minha opinião, deveria ser a discussão de memorandos, de ambas as partes”.

Diálogos entre Putin e Zelensky

As tentativas de diálogo entre Rússia e Ucrânia têm sido pontuais desde o início da invasão em fevereiro de 2022. As últimas negociações diretas ocorreram ainda no primeiro semestre daquele ano, também na Turquia, mas fracassaram diante das exigências territoriais de Moscou e da resistência ucraniana em aceitar concessões.

Desde então, países como China, Brasil e Turquia têm tentado mediar conversas paralelas, enquanto a Suíça organiza uma cúpula pela paz para os próximos meses — sem, até agora, a participação formal da Rússia.

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Apesar da retomada do tom diplomático, o conflito segue intenso em diversas frentes, com grandes perdas para ambos os lados. Em meio à fala sobre as negociações, Putin também anunciou uma nova iniciativa humanitária: segundo ele, a Rússia está pronta para repatriar os corpos de mais 3 mil soldados ucranianos. Mais de 6 mil já teriam sido devolvidos desde o início da guerra, segundo dados divulgados pelo Kremlin.

A possibilidade de uma nova rodada de negociações traz um raro sinal de abertura em um cenário que permanece marcado pela estagnação militar e pelo desgaste econômico internacional.

Ainda que sem garantias de avanços concretos, o gesto de Moscou é observado de perto por chancelerias e analistas como um possível indicativo de mudança de estratégia — ou, ao menos, de um novo capítulo na longa busca por uma saída para o conflito.