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Safra 2024/25 de grãos poderá ser melhor no Matopiba

No próximo ano que bate na porta, na Bahia, a expectativa é que a soja e algodão, por exemplo, tenham uma área maior plantada na safra 2024/25. É o que projetam as instituições do setor. Com o início do ciclo bem diferente do passado, com boa incidência de chuvas, a perspectiva para esse futuro não tão distante é positiva.

Além disso, a região do Matopiba deve ter novos empreendimentos, como a implantação de uma biorrefinaria e um novo frigorífico.

Como exemplo desse crescimento de área, a Fazenda Morro Branco, de 1857, com mais de 20 mil hectares, está mudando o foco pela primeira vez e e iniciou o cultivo de soja.

A recuperação do solo após décadas criando gado foi essencial para a nova lavoura germinar.

De acordo com Pedro Tourato, consultor técnico de vendas de insumos agrícolas de uma empresa da região, explica que para viabilizar o plantio em uma área degradada, técnicas específicas como manejo químico e a palhada foram implementados.

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Imagem: Guilherme Soares/ Canal Rural Bahia

“Fizemos a dessecação dessa área com um manejo químico para que a gente consiga degradar a pastagem e deixar a palhada como ela está no momento, para que a gente pudesse entrar com o plantio de soja e pensando no grande ponto de conservação de palhada, pois nós estamos num solo muito leve.”, disse Tourato.

Ele também ressalta a importância da palhada para o sucesso do plantio: “Se a gente não tiver palhada, vamos sofrer com o veranico que a gente já estamos prevendo com os meteorologistas, recebendo aí que a partir de 15 de janeiro a fevereiro a gente tenha esse veranico”, explica.

A primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foi de um crescimento de área no Brasil de 8,3% na safra de grãos na temporada 2024/2025. 

O método atodado na fazenda localizada no munícipio de Novo Jardim, no Tocantins, na divisa com a Bahia, é o sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP).

Marcelo Morita, consultor de solo e nutrição de plantas, também acompanha o experimento da primeira safra de soja da fazenda.

“Nesse sistema, por exemplo, além dos grãos, nós cultivamos a braquiária como se fosse uma cultura também, porque logo em seguida entra o gado, aonde ele é manejado pra pastejar até uma certa altura desse capim, porque a gente precisa dessa palha também. Posteriormente ele é tirado e a gente maneja essa palha com dessecação pra novamente voltar o grão”, conta.

De acordo com o administrador da fazenda, Marcelo Prado, o objetivo é implementar um sistema de irrigação com pivô: “Vamos fazer 3 anos de lavoura e um ano pecuária para fazer a rotação de culturas com o gado”, ressalta Prado.

Perspectivas

De acordo com o último levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE, a soja deve ocupar na safra 2024/25 no Matopiba uma área de 5.943.834 hectares.

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Arte: Reprodução/ Canal Rural

Na área total ocupada pelos grãos, que correspondem a cereais, leguminosas e oleaginosas, os dados do IBGE projetam uma área que pode chegar no Matopiba a 9.551.343 hectares e uma produção de 32.202.131 t.

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Arte: Reprodução/ Canal Rural

Especificamente para o algodão, a expectativa para a safra 2024/25 é de um aumento de 10% em área plantada na Bahia, com 379.974 ha e 729.095 toneladas em pluma.

Destaque também para o Piauí com crescimento de 47,1% com 35.100 hectares, de acordo com último levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão.

Fatores externos

Além do clima, fatores externos poderão influenciar as commodities brasileiras em 2025, como por exemplo, as possíveis reações com a volta do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

A espcialista de inteligência de mercado, Ana Luiza Lodi, afirma que alguns sinais de Trump têm trazido preocupações no mercado de commodities agrícolas.

“Ele está muito focado em falar em tarifas, em taxar produtos importados, o que pode resultar em retaliação por outros países, então, a preocupação, principalmente no caso da soja, é a possibilidade de se repetir o que aconteceu no primeiro mandato dele, em que a China taxou a soja norte amerciana em 25%, então a procura pela soja dos Estados Unidos caiu. o preço da soja dos estados dos estados unidos caiu, mas por outro lado é a busca por soja brasileira foi reforçada”, explica.

Para a analista, o Brasil e os países sul-americanos estão num momento confortável, mas que também exigirá cautela.

No ano que vem falando é de mercado de soja atual, a gente está realmente numa situação de um balanço de oferta e demanda muito confortável e é isso que tem aí impedido altas mais consistentes do preço da soja, porque a gente teve uma safra boa nos Estados Unidos, aqui no Brasil caminhando tudo bem, na Argentina também, por isso, a gente não tem nenhuma ameaça de faltar soja, mas com certeza, dependendo do que das medidas que Trump tomar, pode mudar um pouco o cenário, principalmente pra soja.”, ressalta Lodi.

Reflexos na pecuária

E se os grãos vão bem nas lavouras e no mercado, o reflexo disso também é sentido na pecuária.

Como consequência, o preço dos insumos para alimentação dos animais fica mais atrativo. Raineire Ortiz, pecuarista de Luís Eduardo Magalhães (BA), espera que em 2025, os insumos estejammais baratos.

“Nesse ano (2024) já tivemos aí um período de chuva maior comparando com o ano passado, então isso aí ajuda muito a gente a aumentar a produtividade da região, para asism também a a gente conseguir ter um acesso a um insumo mais barato para o confinamento. Em termo de volumes vai ser maior do que consequentemente, no ano passado, então isso aí ajuda muito a gente”, disse.

Sócio do Raineire na criação do gado, o produtor de grãos, Jaime Cappelesso,
está otimista com 2025.

Projetos como um novo frigorífico para exportação de carne bovina e uma biorrefinaria em Luís Eduardo Magalhães devem favorecer os produtores e o crescimento da região nos próximos anos.

Segundo ele, a Captar Agrobusiness, a maior empresa de confinamento do Nordeste, está convidando pecuaristas para atenderem a demanda do frigorífico.

“Eles têm um frigorífico liberado para 50 mil bois/ano. Será a primeira planta de exportação da Bahia. Quando você exporta, o preço é diferente, o preço é melhor, então isso vai animar e de derepente a gente até agrega um maior maior volume de animais. Eles vão produzir a metade da necessidade e estão em busca de gente para produzir ou ou complementar. Documentação está rolando. Parece deve ser inaugurado em 3 anos. Então nós vamos ter duas coisas boas aqui, o frigorífico e a biorrefinaria que vai produzir álcool com sorgo e milho, e o subproduto do do disso aí serve para alimentação animal. Isso vai ser ótimo também para pecuária”, conta Cappelesso.

Imagem aérea da Captar Agrobusiness, empresa, Ministério Público da Bahia, MP-BA, Luís Eduardo Magalhães, Rio de Pedras, meio ambienteImagem aérea da Captar Agrobusiness, empresa, Ministério Público da Bahia, MP-BA, Luís Eduardo Magalhães, Rio de Pedras, meio ambiente
Imagem aérea da Captar Agrobusiness em Luís Eduardo Magalhães (BA) | Foto: Marca Comunicação

De acordo com Almir Moraes, gestor da Captar, a empresa está em negociação com o Governo da Bahia para a implantação de um frigorífico exportador de 1.500 gados por dia na região Oeste da Bahia.

“Em 300 dias úteis nós vamos abater 450 mil bois. A Captar pretende fazer 260 mil bois no ano, dobrando a capacidade estática hoje, que é de 65 mil para 120.000 e com isso, a gente vai precisar ter animais de qualidade para exportação”, detalha Moraes que também ressaltou que é preciso integrar a agropecuária e buscar melhoramentos genéticos de animais.


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