Os bastidores do São Paulo estão fervendo apesar da classificação do time para as quartas de final da CONMEBOL Libertadores. Isso porque, dias antes do jogo decisivo contra o Atlético Nacional, uma mensagem vazada acabou movimentando os corredores do Morumbi.
Logo após o empate entre São Paulo e Sport, no último sábado, em 2 a 2, o diretor de comunicação do Tricolor, José Eduardo Martins, publicou, por engano, no grupo de imprensa do WhatsApp que conta com diversos jornalistas que cobrem o clube uma mensagem dizia o seguinte: “Vou vazar que o Boca queria emprestar de graça o Henrique e o presidente segurou” .
O atacante Henrique Carmo, revelado pelas categorias de base da equipe paulista, foi um dos jogadores acionados no decorrer do duelo com o Leão e responsável por “incendiar” o jogo, contribuindo diretamente para que sua equipe assegurasse o empate na Ilha do Retiro após sair perdendo por 2 a 0.
Na mensagem, o diretor de comunicação do São Paulo se refere ao diretor de futebol Carlos Belmonte como “Boca”, um apelido jocoso criado pela torcida para o dirigente, chamado pelos seus críticos de “boca de farofa”.
A alta cúpula são-paulina botou panos quentes sobre a situação, já que em alguns dias o time disputaria o jogo mais importante do ano, contra o Atlético Nacional, pela Libertadores. Tudo o que o São Paulo menos precisava naquele momento era de uma guerra interna entre dois diretores.
José Eduardo Martins garantiu que a mensagem não passou de uma brincadeira interna com um colega de clube, enviada por engano ao grupo da imprensa.
Belmonte ficou chateado com o episódio, mas preferiu não levar o assunto adiante, entendendo se tratar de uma brincadeira inconveniente, até para não prejudicar o ambiente no clube. Mas, na prática, a mensagem vazada pode trazer muitas consequências para as movimentações políticas no São Paulo.
Racha nos bastidores
Com pouco mais de um ano restante de mandato, Julio Casares caminha para a sua despedida como presidente do São Paulo. Em 2026, as eleições definirão seu substituto, e Belmonte, atual diretor de futebol, é tido como um dos nomes naturais para suceder o mandatário tricolor.
A grande questão é que Casares, pelo menos por enquanto, não deu nenhum sinal de que apoiará Belmonte em uma hipotética corrida presidencial no São Paulo. Nos bastidores, a informação é de que o atual presidente está inclinado a apoiar outro candidato, Márcio Carlomagno, superintendente geral do clube.
Casares, por sua vez, se elegeu em 2020 contando com o apoio de sete grupos políticos diferentes no São Paulo. Belmonte, que tem bom trânsito no clube social e uma base de votos significativa, foi fundamental para que o atual presidente vencesse as eleições e, até por isso, se tornou um dos “braços direitos” da gestão, sendo incumbido de comandar o departamento de futebol profissional.
Se Belmonte não está nos planos de Casares como seu sucessor, a mensagem vazada ganha um peso ainda maior, abrindo margem para suposições, como um movimento estratégico para enfraquecer o atual diretor de futebol e pavimentar o caminho para o surgimento de um novo candidato às eleições presidenciais.
Por enquanto, há um esforço para que o bom ambiente no CT da Barra Funda não seja contaminado pelas polêmicas nos bastidores do clube.
Enquanto os corredores do Morumbi fervem, a prioridade é blindar o elenco comandado por Hernán Crespo de qualquer rixa externa. Mas, é inegável que as movimentações visando as eleições presidenciais de 2026 já começaram.