Ninguém importa mais produtos dos paulistas do que os Estados Unidos. São Paulo também é o Estado brasileiro que mais ganha com as vendas para os norte-americanos. Os dois são os maiores parceiros um do outro na balança comercial do Brasil. O segredo? A indústria — caso raro na economia nacional.
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Ao longo de 2024, o Brasil vendeu US$ 40 bilhões para os EUA. Por volta de US$ 13,5 bilhões vieram dos negócios paulistas, sendo US$ 12,5 bilhões da indústria. Assim, as fábricas foram responsáveis por quase todas as compras do país no Estado. Comparando esse mercado com uma cesta com uma dúzia de ovos, apenas um não seria da indústria.
Ovos de ouro em São Paulo
Assim como muitos ovos, grande parte desses produtos passou longe das prateleiras. Não eram iPhones, tênis acabados, computadores, carros elétricos ou qualquer outro item com fim em si mesmo. Ao contrário de serem para o consumo final, uma fatia considerável estava recheada de matérias-primas para fazer o bolo preferido de todas as empresas: lucro.
O governador Tarcísio de Freitas precisa manter esse trunfo fundamental exposto na mesa. Faz bem aos paulistas, ao Brasil — e até aos EUA. As exportações desse ciclo são um negócio em que todos os envolvidos ganham e, por isso, mostram o poder do livre-comércio para multiplicar riqueza.
Da cartela para a fábrica
Mais de 35% de todo o faturamento dos embarques paulistas para os norte-americanos veio com as vendas de bens intermediários, segundo o governo federal. São matérias-primas e insumos de todos os tipos — desde o mais rústico couro para fazer sapatos e roupas até elementos mais elaborados, como ligas de alumínio e trens de pouso.
Outra fatia de tamanho semelhante é a de máquinas e equipamentos, sem os quais não se produz nem se faz negócio. São os chamados bens intermediários. O mix vai de elevadores, painéis e motores elétricos a recipientes para armazenar gases — botijões.
Por volta de 10% da receita veio da indústria petrolífera. A maior parte nesse filão é de petróleo bruto e outros betumes — itens que ainda precisam ser processados antes da última aplicação.
A fatia quase da mesa
Menos de 20% do lucro das exportações do Estado para os norte-americanos veio das vendas de produtos tidos como para consumo final. Ainda assim, quase metade desse total foi com suco concentrado de laranja.
Embora a classificação oficial seja a de algo direto para as gôndolas, nada menos do que um mar inteiro do suco feito em São Paulo vai para a indústria dos EUA produzir lucro com a fabricação de delícias como bolos, energéticos, suplementos isotônicos e refrigerantes. Um dos mais icônicos nesse catálogo é a Fanta — o alimento de uma das empresas símbolos do país onde Donald Trump é o presidente.