O MethaneSAT, satélite criado para monitorar emissões de metano no planeta, perdeu contato com a Terra e saiu de operação. O projeto, financiado por Jeff Bezos, pelo governo da Nova Zelândia e por uma ONG ambiental dos Estados Unidos, sofreu uma falha crítica no dia 20 de junho, quando a equipe deixou de receber sinais da nave.
Lançado em março de 2024, o satélite tinha como objetivo medir com alta precisão os vazamentos de metano em regiões produtoras de petróleo e gás. O equipamento havia se tornado uma das ferramentas mais avançadas no rastreamento global de emissões.
+ Leia mais notícias de Tecnologia em Oeste
A Agência Espacial da Nova Zelândia confirmou que o MethaneSAT parou de responder depois de esgotar toda a energia. Antes da falha, porém, o satélite já havia revelado dados que contrariam estimativas oficiais.
Nos campos de petróleo do Texas e do Novo México, as medições indicaram emissões entre três e cinco vezes maiores que as divulgadas pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA. No Mar Cáspio, na Ásia Central, a diferença foi ainda maior: cerca de dez vezes.
Steven Hamburg, diretor da missão, publicou os dados nas redes sociais e defendeu a importância do trabalho feito até aqui. A equipe que operava o satélite continua processando as informações já coletadas e prometeu divulgar novos resultados nos próximos meses.


A bordo, sensores desenvolvidos exclusivamente para o projeto conseguiram captar emissões totais, inclusive em níveis baixos. Além disso, mapearam fontes antes invisíveis do espaço. A tecnologia combinou espectrômetros de alta resolução com algoritmos capazes de converter imagens em estimativas volumétricas.
Os responsáveis afirmaram que essa capacidade inédita trouxe à tona os chamados “superemissores”, além de fontes menores que contribuem significativamente para o aquecimento global.
+ Leia também: “Nave Starship explode durante preparação para teste no Texas; vídeo”
A investigação sobre a falha permanece em andamento. Os coordenadores do projeto afirmam que, mesmo diante da perda, o trabalho deixado pelo MethaneSAT continuará impactando decisões regulatórias e iniciativas da indústria.