Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 17, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar produtos brasileiros, como o alumínio.
“Se o Lula me der o passaporte, eu negocio com o Trump”, destacou Bolsonaro.
Em fevereiro de 2024, durante uma operação da Polícia Federal, o ex-presidente teve o seu passaporte retido. Desde então, Bolsonaro tem tentado reaver o documento, alegando convites internacionais, por exemplo, para viajar a Israel ou participar da posse de Donald Trump, mas o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Alexandre de Moraes, tem mantido a apreensão.
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Ao comentar o cenário internacional e o impacto da medida para o país, Bolsonaro afirmou que “não há ataque à soberania nacional, mas o Brasil está deixando de ser economicamente relevante.”
“Os Estados Unidos não têm com quem negociar”, declarou. “Eu acho que teria sucesso em conseguir uma audiência com o Trump. Estou à disposição.”
Em seguida, comparou o desempenho do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com o trabalho do Itamaraty. “O Tarcísio faz mais do que o cara do Itamaraty”, disse.
Bolsonaro também defendeu a atuação do seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.
“Está lá o meu filho, Eduardo Bolsonaro, que tem portas abertas na Casa Branca, no Capitólio, ele está fazendo mais do que a Embaixadora que não está lá, está de férias, mais do que o chefe nosso aqui, o ministro das Relações Exteriores que não está lá também, que até agora não conversou com o Marco Rubio, que política externa é essa?”
Além disso, Bolsonaro relembrou da negociação que fez com Trump durante o seu governo. Em dezembro de 2019, o então presidente Donald Trump anunciou que reverteria isenções e voltaria a taxar o aço e o alumínio do Brasil e da Argentina, acusando os dois países de desvalorizarem suas moedas.


O governo Bolsonaro reagiu rapidamente. Os ministros Ernesto Araújo e Paulo Guedes argumentaram que o Brasil não manipulava o câmbio e que a medida também prejudicaria a indústria americana.
No dia 20 de dezembro de 2019, depois de uma ligação de 15 minutos com Trump, Bolsonaro afirmou que o republicano havia desistido das sobretaxas, destacando o bom relacionamento entre os dois países.