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Secretária vai processar vereador Erick por violência política de gênero

A secretaria municipal de Família e Desenvolvimento Social de Ponta Grossa, Camila Sanches, vai processar o vereador Erick Camargo (PV), por violência de política de gênero. Ela deu detalhes de seu posicionamento através do Instagram. “Eu quero comunicar a população de nossa cidade, e em especial as mulheres ponta-grossenses, que estou processando por danos morais o vereador Erick Camargo, por eu ter sido vítima de violência política de gênero por parte deste vereador.”

No texto publicado nas últimas horas em rede social, a secretária Camila diz ter sido chamada pelo vereador de “secretariazinha, coitadinha, Camilinha, entre outras coisas”. Sustenta a representante do executivo municipal ter sido desrespeitada “pelo simples fato de eu não ter podido responder uma mensagem de whatsapp com a rapidez que ele desejava, ou exigia”.

Conforme Camila, o parlamentar também a constrangeu ao afirmar que iria abrir a porta do gabinete dela no bicudo, caso ela não recebesse. “Ele disse que estou brincando de casinha de boneca na Secretaria da Família”, escreveu a secretária.

No texto publicado em rede social, Camila afirma que essas mensagens aconteceram através do WhatsApp. “Em grupos de whats de que fazemos parte, e em público em sessões da câmara municipal. Todas documentadas no processo que abri contra o vereador”, pontua. “Eu não tenho medo de homens covardes, machistas e misóginos”, diz.

“Se alguma vez tivesse tido medo em minha vida, não seria advogada com especialização em direito da família. Não teria uma carreira reconhecida como advogada defensora dos direitos das mulheres. Fui coordenadora da Casa da Mulher de Ponta Grossa e presidente da Comissão de Estudos sobre Violência de Gênero da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, além de atuar como Presidente do Centro Acadêmico de Direito da UEPG”, complementa a secretária.

Veja na íntegra a manifestação da secretária:

VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO

Eu quero comunicar a população de nossa cidade, e em especial as mulheres ponta-grossenses, que estou processando por danos morais o vereador Erick Camargo, por eu ter sido vítima de violência política de gênero por parte deste vereador.

Pelo simples fato de eu não ter podido responder uma mensagem de whatsapp com a rapidez que ele desejava, ou exigia, fui chamada de secretariazinha, coitadinha, Camilinha, entre outras coisas.

O vereador também ameaçou abrir a porta de meu gabinete no bicudo, caso eu não o recebesse, e disse que estou brincando de casinha de boneca na Secretaria da Família.

Essas ameaças aconteceram em mensagens privadas no whatsapp, em grupos de whats de que fazemos parte, e em público em sessões da câmara municipal. Todas documentadas no processo que abri contra o vereador.

Eu não tenho medo de homens covardes, machistas e misóginos.

Se alguma vez tivesse tido medo em minha vida, não seria advogada com especialização em direito da família. Não teria uma carreira reconhecida como advogada defensora dos direitos das mulheres.

Fui coordenadora da Casa da Mulher de Ponta Grossa e presidente da Comissão de Estudos sobre Violência de Gênero da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, além de atuar como Presidente do Centro Acadêmico de Direito da UEPG.

Nesta minha trajetória, aprendi a lidar e não temer homens que se sentem no direito de xingar e atacar mulheres que não lhes são submissas da maneira que eles acham que toda mulher deve ser.

Aprendi também que ataques como esse nunca devem passar impunes.

A violência contra a mulher é imperdoável. Não interessa a idade, a motivação ou o local. Violência é ausência de argumentos e precisa ser combatida e denunciada.

A mulher deve sempre buscar na Justiça seus direitos e a reparação dos danos morais contra sua honra, com a devida penalização dos agressores.

Isso não apenas por ela mesma, mas também por todas as mulheres que diariamente ainda têm que suportar a violência de gênero e a covardia de machistas misóginos.

Vereador se manifesta

Procurado pela reportagem do Grupo aRede na manhã desta terça-feira (12), o vereador se manifestou através de nota. “A referida moça está na posição de secretária do município, e não está imune a críticas referentes a sua capacidade de gestão. Quando fizer coisas certas será elogiada, quando não mostrar resultado, será cobrada e criticada. Faço isso com todos os secretários. Quem está em função pública precisa estar aberto a críticas, principalmente se o seu trabalho está influenciando diretamente na vida das pessoas. Ela está à frente de uma secretária muito importante para pessoas pobres, e a sua falta de ação impacta diretamente no povo, e eu como fiscalizador, não vou me privar de apontar seus erros. Não vou aceitar nenhuma tentativa de intimidação do exercício da minha atividade parlamentar. Tudo que falei está gravado e protegido pelo meu direito a imunidade parlamentar de palavra e opinião”.

O QUE É POLÍTICA DE GÊNERO 

A violência política de gênero refere-se a ações e omissões que visam impedir ou restringir a participação política de mulheres devido ao seu gênero. Essa violência pode ocorrer em diversos contextos, como eleições, exercício de mandatos e outras atividades políticas, e se manifesta de várias formas, incluindo agressões verbais, ameaças, assédio, difamação e exclusão de espaços de poder. 


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