Lucas Moura é o craque do time. Oscar, o grande reforço. Luciano, então, virou o descartável. Assim começou a temporada 2025 do São Paulo que, passados sete meses, vive uma realidade completamente diferente da planejada no papel.
Enquanto Lucas segue sem uma data certa para jogar de novo e Oscar ficará novamente parado, agora por uma fratura em três vértebras, é justamente o “patinho feio” que carrega as esperanças do Tricolor em um momento muito difícil.
Luciano, suspenso, não pôde enfrentar o Flamengo na estreia de Hernán Crespo, mas, desde que voltou a jogar, mostrou o quanto é difícil montar o São Paulo sem ele. O camisa 10 participou de todos os quatro gols sob comando do novo técnico e devolveu a esperança a time e torcida.
Foram duas assistências para André Silva no empate por 2 a 2 com o Red Bull Bragantino e mais dois gols que garantiram a vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians. Agora, Luciano soma 96 bolas nas redes com a camisa são-paulina, cada vez mais perto do 100º. O último jogador a alcançar tamanha marca, vale lembrar, foi Rogério Ceni, em 2011.
“Momentos bons e ruins eu estou aqui”, falou o camisa 10, que, a cada temporada, convive com as críticas e a possibilidade de ir embora do Morumbis. “Quando eu cheguei em 2020, ninguém acreditava. Fui criticado, ouvi muita coisa, mas devagar estou construindo alguma coisa, alguma história”.
São 294 jogos pelo clube, divididos em muitos técnicos. Luciano passou pelas mãos de Fernando Diniz, Hernán Crespo, Rogério Ceni, Dorival Júnior, Thiago Carpini e Luis Zubeldía. Tirando o início com Diniz, oscilou entre o time titular e o banco, além dos questionamentos de qual a sua melhor posição em campo.
“Eu sempre falo: sou atacante. Mas quando troca o comando eu vou jogar onde se o treinador me bota para jogar de meia? Vou falar ‘não, não quero’? Eu sempre quero jogar. O Diniz me trouxe para cá e eu joguei de atacante, mas se o treinador me falar que eu tenho que jogar de zagueiro, eu vou fazer o quê?”, desabafou o atacante, que, ao menos por enquanto, não sairá tão cedo do time.
Crespo é só elogios para o jogador, a quem definiu como “anárquico” após o empate em Bragança Paulista. Decisivo no clássico Majestoso, Luciano ganhou novo afago do técnico.
“Ele é diferenciado. É diferente pela qualidade. A ideia de ganhar e competir todos têm. Ele é um jogador diferenciado porque tecnicamente é diferente dos outros. Quando se coloca à disposição do time, consegue jogar com essa qualidade e ao mesmo tempo lutar, brigar e correr. Quando tem essas duas qualidades, é difícil não jogar bem”.
A missão ainda está longe de concluída. Com a vitória no clássico de sábado, o São Paulo saltou para 16 pontos, ainda próximo da zona de rebaixamento. A meta é se livrar das últimas posições o quanto antes para sonhar com coisas maiores, seja na Copa do Brasil ou na CONMEBOL Libertadores.
Se isso acontecer, o torcedor são-paulino pode apostar: será por causa de Luciano.