A primeira semana de junho será marcada por contrastes climáticos nas diferentes regiões do Brasil. De acordo com o meteorologista Arthur Müller, do Canal Rural, áreas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste enfrentarão episódios de tempo severo, com risco de granizo, rajadas de vento superiores a 100 km/h e acumulados elevados de chuva, o que pode afetar diretamente as operações agrícolas.
Já no Norte e Nordeste, o cenário inclui chuvas localizadas e calor intenso, com destaque para a baixa umidade no interior e tempo firme que favorece o andamento da colheita em algumas áreas.
Sul
Uma área de baixa pressão no Paraguai forma nuvens carregadas sobre o noroeste e a área central do Rio Grande do Sul, assim como no oeste de Santa Catarina. Há risco de temporais no início da semana.
Entre terça (3) e quarta-feira (4), a atuação de um cavado atmosférico aumenta a possibilidade de granizo e rajadas de vento acima de 100 km/h em Santa Catarina, Paraná e centro-norte do Rio Grande do Sul. O acumulado pode alcançar entre 70 e 100 mm, com risco de alagamentos em áreas urbanas e rurais.
As lavouras de milho segunda safra podem ser impactadas, especialmente em Santa Catarina e Paraná. Em contrapartida, o tempo permanece firme no sudeste do Rio Grande do Sul, onde não há previsão de temporais.
As temperaturas seguem baixas pela manhã, mas voltam a subir à tarde. As mínimas ficam acima de 10 ºC e as máximas podem superar 30 ºC no norte do Paraná.
Sudeste
A infiltração de umidade do oceano provoca chuva fraca a moderada no leste de São Paulo, sul do Rio de Janeiro, além do leste e norte do Espírito Santo.
No interior dos estados, o tempo segue firme com tardes mais quentes. Entre terça e sexta-feira (6), há risco de tempestades no estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro, com possibilidade de granizo e ventos de até 100 km/h.
A moagem da cana-de-açúcar será impactada, principalmente em São Paulo, onde os acumulados devem chegar a 50 mm. A umidade, no entanto, favorece o interior paulista, que vinha enfrentando chuvas irregulares.
No centro-sul de Minas Gerais, a chuva deve somar de 20 a 30 mm, atrasando a colheita do café. Já no Espírito Santo e no nordeste de Minas, os volumes ficam entre 10 e 15 mm. No noroeste mineiro, o tempo será seco e quente, com máxima de até 36 ºC até o fim da semana.
Centro-Oeste
A mesma baixa pressão que atua no Paraguai favorece a formação de nuvens sobre o oeste e sul de Mato Grosso do Sul, onde volta a chover no início da semana. As temperaturas ficam mais amenas.
A terça-feira será de alerta para tempestades em Mato Grosso do Sul e no sul de Goiás, com chance de granizo e ventos acima de 100 km/h. Os acumulados devem variar entre 15 e 20 mm, o que não inviabiliza as operações em campo, mas exige atenção.
No centro-norte de Goiás e em Mato Grosso, o tempo segue firme, com máximas entre 36 ºC e 37 ºC, especialmente no norte goiano e nordeste mato-grossense.
Nordeste
Chove de forma moderada no sul da Bahia, com risco de temporais entre Sergipe e Alagoas, inclusive nas capitais. O litoral do Maranhão também pode registrar chuva forte em vários momentos.
No interior da região, o ar segue seco e quente. Os menores índices de umidade são esperados no sul do Piauí e norte da Bahia. A faixa leste dos estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte deve registrar acumulados de 10 a 20 mm, mantendo boas condições de umidade do ar.
No oeste da Bahia, o tempo seco favorece o avanço da colheita do algodão. Maranhão, Piauí e Ceará também seguem com tempo firme, o que contribui para a continuidade dos trabalhos no campo.
Norte
A previsão indica sol entre nuvens e pancadas de chuva no norte do Amazonas, noroeste e litoral do Pará, Roraima e Amapá. Os volumes variam de moderados a fortes.
Na região sul da Amazônia, o tempo permanece seco. Os acumulados no centro-norte do Amazonas e do Pará devem chegar a 50 mm, garantindo boa umidade do solo.
Atenção para volumes superiores a 100 mm no extremo norte do Amazonas, Roraima e Amapá, que podem prejudicar o escoamento da produção e danificar rodovias.
No Acre, Rondônia e Tocantins, o tempo segue quente e seco, com restrição hídrica para as lavouras de milho segunda safra, especialmente em Tocantins. Por outro lado, a colheita do café avança sem impedimentos no Acre e em Rondônia.