Um relatório do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, 30, revelou que o setor público consolidado brasileiro apresentou um déficit primário de R$ 33,74 bilhões em maio. Trata-se do menor resultado negativo para o mês desde 2021.
+ Leia mais notícias de Economia em Oeste
O valor representa uma queda de 47,2% ante maio de 2024, quando o déficit atingiu R$ 63,9 bilhões. Esse levantamento mensal do Banco Central calcula a necessidade de financiamento do setor público, de modo a indicar o montante que vai ser preciso captar para cobrir o déficit. O saldo negativo reflete despesas superiores às receitas, considerando União, Estados, municípios e estatais.
No detalhamento, o governo central, composto pelo governo federal e pelo Banco Central, houve um déficit de R$ 37,4 bilhões em maio. Por outro lado, Estados e municípios registraram superávit de R$ 4,5 bilhões, enquanto as empresas estatais apresentaram saldo negativo de R$ 926 milhões no mesmo período.


Nos últimos 12 meses até maio, o setor público consolidado acumulou superávit de R$ 24,1 bilhões, o equivalente a 0,20% do PIB. Em abril, o acumulado do ano ainda era deficitário, com saldo negativo de R$ 6 bilhões.
Déficit, juros e resultado nominal das contas públicas


Em relação aos juros da dívida pública, o setor público desembolsou R$ 92,1 bilhões em maio. No acumulado de 12 meses, as despesas com juros somaram R$ 946,1 bilhões, o que representa 7,77% do PIB.
O resultado nominal, que inclui o pagamento dos juros, apontou déficit de R$ 125,9 bilhões em maio. Nos 12 meses encerrados naquele mês, o saldo negativo nominal totalizou R$ 922 bilhões, ou 7,58% do PIB.
Leia mais: “O Congresso humilha o governo”, artigo de Silvio Navarro publicado na Edição 275 da Revista Oeste
O resultado primário demonstra se as receitas do governo cobriram as despesas correntes e os investimentos, sem considerar juros. O déficit primário sugere que o governo precisou recorrer a empréstimos antes mesmo de pagar os juros da dívida.
Já o resultado nominal soma o déficit primário aos custos dos juros, com uma visão completa das finanças públicas e do impacto da política fiscal sobre o endividamento nacional. Mesmo com superávit primário, juros elevados podem manter o déficit nominal.
Evolução da dívida bruta do governo
A dívida bruta do governo geral chegou a 76,1% do PIB em maio, um aumento de 0,2 ponto porcentual em relação a abril. O crescimento foi influenciado principalmente pelos gastos com juros, que adicionaram 0,8 ponto, enquanto a variação do PIB nominal reduziu 0,6 ponto.
Leia também: “Mercado já precificou: Haddad vai sair”, artigo de Carlo Cauti publicado na Edição 275 da Revista Oeste
De janeiro a maio, esse índice caiu 0,4 ponto porcentual, resultado do impacto dos juros (+3,7 pontos), variação do PIB nominal (-2,7 pontos), valorização cambial (-0,3 ponto) e resgates líquidos de dívida (-1,0 ponto). O Banco Central informou que a dívida bruta atingiu R$ 9,3 trilhões em maio.