Parlamentares de siglas que comandam ministérios no governo federal deram 63% dos votos favoráveis ao projeto que derruba o decreto do Executivo sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A Câmara aprovou a proposta nesta quarta-feira, 25, com 383 votos a favor e 98 contrários.
União Brasil, PP, MDB e PDT mostraram quase unanimidade nas bancadas ao apoiar a iniciativa que anula a decisão do Palácio do Planalto. PSD e PSB também aderiram, embora com menor coesão: mais da metade dos deputados de cada legenda seguiu a orientação da oposição.
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O resultado escancarou a crise entre o Planalto e o Congresso. A votação, inesperada para o governo, foi anunciada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no fim da noite de terça-feira 24. A movimentação contou com respaldo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que antecipou apoio da Casa à derrubada do decreto.


O gesto é visto como uma provocação direta ao presidente Lula
O projeto ainda carrega outro gesto político: os relatores do texto nas duas Casas pertencem ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O gesto é visto como uma provocação direta ao presidente Lula e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
No PT, apenas Rui Falcão (PT-SP) apareceu como voto contrário. O deputado alegou erro e solicitou correção à Mesa Diretora. Psol, PCdoB e Rede, que também compõem a base governista com ministérios, não registraram votos divergentes.
Confira o placar entre os principais partidos:
- União Brasil: 58 votos favoráveis entre 60 deputados
- PP: 48 de 50
- Republicanos: 42 de 44
- MDB: 41 de 44
- PDT: 16 de 17
- PSD: 28 de 45
- PSB: 9 de 15