A SLC Agrícola foi reconhecida no maior evento de sustentabilidade corporativa do país, promovido pelo Pacto Global da ONU, pelo seu projeto de economia circular que transforma resíduos orgânicos em biofertilizantes. A iniciativa, chamada “Transformando resíduos em solos vivos”, conquistou destaque ao apresentar resultados concretos em produtividade, gestão ambiental e inovação no campo.
O projeto começou em 2021 com a construção de ecofábricas nas unidades da empresa. O objetivo era reaproveitar os resíduos orgânicos, antes enviados para aterros sanitários, e convertê-los em insumos agrícolas sustentáveis.
“A gente saiu de uma reciclabilidade de 29% para 99,8%”, destacou Álvaro Dilli, diretor de RH e Sustentabilidade da SLC Agrícola, em entrevista ao Planeta Campo.
Como funciona a ecofábrica da SLC Agrícola?
A solução adotada é simples, eficiente e pode servir de modelo para outras propriedades rurais:
Etapas do processo:
- Coleta de resíduos orgânicos nas unidades operacionais
- Compostagem controlada dentro das ecofábricas
- Produção de biofertilizantes a partir do composto gerado
- Aplicação nas lavouras, fechando o ciclo da produção
Até agora, o projeto já gerou 13 mil toneladas de biofertilizantes, utilizados nas áreas cultivadas da empresa. Mais de 4 mil pessoas foram impactadas direta ou indiretamente pela ação, e 13 colaboradores foram capacitados para atuar na operação das unidades de compostagem.
Sustentabilidade além do resíduo: foco em agricultura regenerativa
A economia circular é apenas uma das frentes da estratégia de sustentabilidade da SLC. A empresa também está investindo fortemente em agricultura regenerativa, com foco na saúde do solo e na redução de insumos sintéticos.
Entre as práticas adotadas, estão:
- Uso de bioinsumos produzidos nas próprias biofábricas
- Cobertura permanente do solo com plantas de cobertura
- Estímulo aos micro-organismos naturais do solo
- Redução no uso de fertilizantes e defensivos químicos
A empresa também iniciou o processo de certificação pelo programa internacional Regenagri, reforçando seu compromisso com sistemas agrícolas resilientes, biodiversos e de baixo impacto ambiental.
Próximos passos rumo à neutralidade de carbono
Com 11 unidades já integradas ao modelo de zero aterro sanitário, a meta da empresa é que todas as unidades estejam dentro do projeto até 2029. Outro grande compromisso é alcançar a neutralidade de carbono nos escopos 1 e 2 até 2030, por meio da redução de emissões e aumento das remoções.
Dilli destaca que o próximo desafio será engajar toda a cadeia de valor:
“O grande sonho é atingir o net zero, mas para isso precisamos do engajamento total do escopo 3. É preciso colaboração de todos no agronegócio.”
Além da participação no Movimento Circular, a SLC também integra cerca de 10 programas do Pacto Global, contribuindo ativamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.
Por que esse modelo importa para o produtor rural?
A experiência da SLC Agrícola mostra que é possível:
- Reduzir custos com fertilizantes
- Diminuir impactos ambientais
- Cumprir exigências regulatórias
- Agregar valor à marca e às práticas de ESG
- Aumentar a resiliência do sistema produtivo
O exemplo serve como inspiração para produtores de médio e grande porte que buscam se alinhar às exigências do mercado e contribuir com metas globais de sustentabilidade.