Devido ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, os sojicultores pedem que o presidente Donald Trump firme um acordo com a China para garantir as compras da oleaginosa. O motivo é que a maior importadora mundial, a China, agora prioriza a soja brasileira, o que pode gerar prejuízos aos agricultores americanos.
Vlamir Brandalizze, consultor em agronegócio, afirma ao Soja Brasil que a guerra comercial esquenta com a pressão dos produtores sobre Trump para acelerar as negociações. ”Eles estão perdendo espaço, já que a soja tarifada na China inviabiliza os novos negócios”, diz. Segundo ele, enquanto os americanos enfrentam dificuldades, no Brasil o cenário é de otimismo.
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“A China já compra perto de 70 milhões de toneladas de soja brasileira neste ano, registrando um volume histórico. Os prêmios ultrapassam 200 pontos, garantindo bons negócios e elevando as cotações ao melhor momento do ano”, destaca Brandalizze.
O consultor pondera, no entanto, que esse bom momento pode ter prazo de validade. Caso China e Estados Unidos avancem em um acordo, os embarques migram para os portos americanos, reduzindo a pressão de demanda no Brasil. Até lá, agosto e parte de setembro mantêm negócios aquecidos, mas depois o mercado tende a entrar em calmaria, com prêmios mais baixos e cotações pressionadas.
“É um momento bom, mas o produtor deve ficar atento, porque mais para o fim do ano o foco da China pode ‘voltar’ para a soja americana, caso os dois países firmem um acordo. Nesse cenário, ao Brasil restam as vendas concentradas apenas na próxima safra”, avalia.