Uma startup brasileira afirma ter a receita para reproduzir o modo como a vaca produz leite. O nome da empresa é high-tech: Future Cow — Vaca do Futuro. A tecnologia, no entanto, combina inovação com um truque ancestral.
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Tudo começa com engenharia genética, algo que parecia restrito aos filmes de ficção científica até poucos anos atrás. A Future Cow altera o DNA de fungos, leveduras e bactérias, para inserir genes bovinos neles.
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O resultado é uma mutação que dá aos micro-organismos a capacidade de transformar vegetais em leite idêntico ao de vaca. A chave para o processo é usá-los para fermentação — uma tecnologia usada pela humanidade há milênios para produzir pão, vinho e cerveja, e até lácteos, como queijo e coalhada. A combinação replica o poder da natureza em tubos de ensaio e tanques industriais.
Por que produzir leite sem vaca?
Leonardo Vieira, CEO da Future Cow, chama esse processo de fermentação de precisão. A técnica também serve para turbinar a produção de proteínas específicas do leite bovino. “Uma delas é a lactoferrina, que é extremamente difícil de produzir por métodos tradicionais”, explica. “São necessários 10 mil litros de leite para obter apenas um quilo desse ingrediente.”
Ainda assim, ele faz questão de cravar: a missão da startup é “fazer leite sem vaca”. Mas, em vez de fomentar um embate com os produtores tradicionais, Vieira apresenta a solução como um complemento.
“Os grandes laticínios podem usar nosso ingrediente para criar um produto híbrido e aumentar a escala de produção. Se conseguirem misturar com o leite convencional, será um ganho significativo”, afirma.
Com essa proposta de parceria, a Future Cow pretende que o futuro com leite sem vaca não demore a chegar. O plano é ter o produto na mesa já em 2026.