Antes de definir medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) discutiram a possibilidade de a Corte decretar a prisão preventiva do político. Publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, a informação foi confirmada por Oeste com interlocutores no STF.
Tudo ocorreu como desdobramento da decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar produtos brasileiros. O republicano justificou a medida com o processo contra o ex-presidente, acusado de articular um suposto golpe de Estado.
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Integrantes do STF interpretaram o anúncio do governo dos EUA como uma tentativa de pressão estrangeira. O ministro Alexandre de Moraes, relator da petição que culminou na operação da Polícia Federal contra Bolsonaro, afirmou que a tarifa teria como finalidade dificultar o julgamento e que entende a decisão como uma forma de coação institucional.
Debate sobre a prisão preventiva de Bolsonaro


Pesou na escolha por medidas menos severas o receio de que uma prisão antes de condenação definitiva causasse divisões no Supremo. Assim, a ação poderia expor um ambiente de conflito, num momento em que os ministros buscam resposta unificada aos discursos de Trump.
Na sexta-feira 18, o governo norte-americano revogou os vistos de Alexandre de Moraes e de aliados no STF. Segundo um ministro, há maioria na Primeira Turma para referendar eventual ordem de prisão, porém o apoio seria mais restrito do que para a adoção da tornozeleira eletrônica.
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Além do uso do objeto, Bolsonaro também precisa cumprir recolhimento domiciliar e está proibido de comunicar-se com diplomatas e embaixadores, de aproximar-se de embaixadas e de outros réus e investigados e de acessar as redes sociais.
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