A indústria de suco de laranja do Brasil está em alerta com o aumento dos custos provocado pelas tarifas do governo dos Estados Unidos. Embora o presidente Donald Trump não tenha fixado a taxa de 50% sobre o produto brasileiro, impôs uma alíquota de 10% — que se soma a outras tarifas já existentes.
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Quase toda a produção brasileira tem como destino o mercado externo, sendo que os norte-americanos respondem por 37% das exportações.
Com o adicional de 10% nos EUA, a indústria estima uma perda de US$ 100 milhões. O cálculo considera uma cotação média de R$ 5,85 para o dólar, o que equivale a R$ 585 milhões.
Antes mesmo do tarifaço de 2025, cada tonelada de suco brasileiro enviada ao mercado norte-americano já era taxada em US$ 415. Ao longo de 2024, esse tributo custou US$ 85,9 milhões.
Para 2025, a expectativa é de aumento de 13% nas vendas. Mantidos os preços atuais, a arrecadação desse imposto deve alcançar US$ 100 milhões — novamente cerca de R$ 585 milhões. Assim, somando a tarifa pré-existente e a nova, o prejuízo projetado chega a US$ 200 milhões, mais de R$ 1 bilhão.
Suco de laranja do Brasil
Por volta de sete em cada 10 copos de suco concentrado de laranja consumidos no mundo são produzidos no Brasil. O grande motor da indústria é o mercado externo: cerca de 95% de toda a produção nacional é exportada. Os norte-americanos, por sua vez, são grandes consumidores e não conseguem se abastecer apenas com a indústria interna, que responde por menos de 20% da demanda do país.