A rede de supermercados Continente, uma das maiores de Portugal, ampliou o número de lojas que aceitam pagamento via Pix. Depois de iniciar o projeto em Braga, a empresa anunciou, nesta quinta-feira, 7, a inclusão da funcionalidade em 12 unidades da Região Metropolitana de Lisboa.
Com a mudança, consumidores brasileiros podem pagar em real em cidades como Lisboa, Algés, Carcavelos, Estoril e Oeiras. O recurso, segundo comunicado oficial, visa facilitar o consumo de imigrantes do Brasil e oferecer um meio de pagamento já familiar para esse público.
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O pagamento com Pix está disponível exclusivamente para clientes com contas em bancos brasileiros. No momento da transação, o valor é convertido com a cotação do dia e já inclui a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras, de 3,5%. A integração é automática no caixa.
Além da forma de pagamento, o Continente já vinha investindo em produtos voltados para o público do Brasil. É comum encontrar itens típicos nas prateleiras, como farofa pronta, feijão preto, pão de queijo, açaí e azeite de dendê. Parte desses produtos é produzida com marca própria da rede.


Mesmo com a adesão crescente, o uso do Pix em Portugal despertou críticas. Em maio, em razão do anúncio da funcionalidade, usuários nas redes sociais reagiram com ataques contra a medida. Alguns chamaram a novidade de “brasileirização de Portugal”.
As críticas, no entanto, não impediram a adesão de outras empresas. Lojas como a Worten, especializada em eletrônicos, e a rede El Corte Inglés também passaram a aceitar pagamentos via Pix.
População brasileira cresce, e governo de Portugal reage
O número de brasileiros em território português cresceu de forma expressiva na última década. O primeiro-ministro Luís Montenegro estima que 550 mil brasileiros vivem atualmente no país, sendo 350 mil apenas na Região Metropolitana de Lisboa.
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O aumento da presença estrangeira levou o Parlamento português a aprovar, em julho deste ano, um pacote que impõe novas restrições à imigração. Entre as medidas está a criação de um novo órgão voltado ao controle migratório, apelidado pela oposição de “polícia para imigrantes”.