Pecuaristas, em uma fazenda de cria, a escolha da categoria prioritária para a suplementação pode fazer a diferença entre o lucro e o prejuízo. Antônio Carlos Zuntini, da Fazenda Recanto, em Paranaíta, no estado de Mato Grosso, quer saber qual categoria tem prioridade na fazenda de cria. Assista ao vídeo abaixo e confira.
Nesta segunda-feira (15), o zootecnista Edmar Peluso, sócio-fundador da consultoria Gerente de Pasto, respondeu à pergunta no quadro “Giro do Boi Responde” do programa Giro do Boi.
Ele explica que, embora a primípara seja a categoria mais sensível, o manejo deve começar na bezerra, a futura matriz da fazenda.
Primípara: a categoria mais sensível

A categoria de primíparas é a mais sensível em uma fazenda de cria. É um animal jovem que pariu, está cuidando do bezerro, está em crescimento corporal e precisa emprenhar novamente.
O manejo nutricional para essa categoria é crucial, pois a falta de nutrição pode comprometer a sua saúde e a sua capacidade reprodutiva, gerando perdas e prejuízos.
No entanto, o especialista ressalta que a primípara de hoje é a bezerra de ontem. Conduzir bem a recria é o primeiro passo para ter primíparas saudáveis e produtivas.
O manejo correto da bezerra e da novilha
O manejo da bezerra, que será a futura primípara, deve começar desde o desmame.
- Primeira seca: A bezerra não deve ficar apenas no sal mineral. O ideal é fornecer uma palhada de boa qualidade (pasto seco, mas com boa quantidade de folha seca) e um proteinado 0.1, com bom teor de proteína.
- Período das águas: Quando as águas voltarem, a bezerra pode voltar para o sal mineral, mas na transição para a próxima seca, é preciso voltar com o proteinado.
- Novilhas prenhas: As nulíparas que se tornarão primíparas precisam continuar a receber o proteinado na seca para que não percam peso antes de parir.
No caso das primíparas, o proteinado deve ser iniciado logo após o final das águas. A suplementação deve continuar, se possível, até o final da estação de monta, para que a vaca tenha um bom escore corporal e mais chances de emprenhar novamente.
A importância do manejo de pastagem

Edmar Peluso alerta que, independentemente da suplementação, o manejo de pastagem é fundamental. Pasto passado, com hastes altas e lignificadas, não é bom para o desempenho animal.
O gado não terá bom desempenho em um Mombaça de 60 cm ou em um Massai de 70 cm. O pasto deve ter uma boa quantidade de folha, e não de talo.
O foco na suplementação na cria é crucial para o sucesso da fazenda. Conduzir bem a recria, com manejo e nutrição corretos, evita perdas na primípara e garante que ela emprenhe bem, cresça o máximo possível e pare bem.