O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, formalizou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em Brasília. A solicitação foi protocolada no Supremo nesta quarta-feira, 6, com a intenção de realizar a visita na quinta-feira, 7.
No documento encaminhado a Moraes, Tarcísio escreveu que é “correligionário e amigo” de Bolsonaro e afirmou que considera haver “razões político-institucionais e humanitárias” que justificariam a visita ao ex-presidente em sua residência, onde cumpre a medida restritiva imposta pelo STF.
Além da solicitação feita por Tarcísio, Moraes já recebeu ao menos outros nove pedidos de pessoas interessadas em visitar Bolsonaro. Entre os requerentes estão parlamentares ligados ao ex-presidente e amigos pessoais. A informação é da coluna de Guilherme Amado no portal PlatôBr.
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Na terça-feira, 5, o ministro autorizou a visita do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que foi ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro. No mesmo dia, Moraes também decidiu que os familiares do ex-presidente, como filhos e netos, poderão visitá-lo sem a necessidade de autorização prévia do STF.
Essas permissões ocorrem depois da decisão que impôs a prisão domiciliar a Bolsonaro. Na ocasião, Moraes havia determinado que o ex-presidente poderia receber apenas advogados e outros visitantes autorizados especificamente pelo Supremo.
A prisão domiciliar de Bolsonaro é cumprida em Brasília, e a autorização de visitas depende, em cada caso, da análise do relator no STF. As manifestações recentes de aliados e familiares têm sido formalizadas por meio de petições protocoladas diretamente no processo.
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Tarcísio critica decisão do STF em manifestação nas redes sociais
Na última segunda-feira, 4, Tarcísio publicou uma manifestação pública sobre a prisão de Bolsonaro. Em nota divulgada em suas redes sociais, Tarcísio classificou a medida como “um absurdo” e criticou o processo que levou à medida determinada pelo STF.
“A verdade é que Bolsonaro foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar”, afirmou. “Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar.”
O governador também questionou o impacto institucional da decisão e defendeu um reposicionamento das instituições democráticas. “Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la?”, perguntou. “Será que não está claro que estamos avançando em cima de garantias individuais?”
A prisão de Jair Bolsonaro é um absurdo. A verdade é que Bolsonaro foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar. Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar.
Vale a pena acabar com a democracia sob o… pic.twitter.com/eE7hGNs8YM
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) August 5, 2025
Tarcísio espera que as instituições tomem iniciativas para reduzir tensões e afirmou que o atual cenário “mostra incapacidade de resolver e mediar conflitos, que não gera outro efeito senão a perda de confiança”.
Ao final de sua manifestação, o governador disse que cidadãos brasileiros que acreditam em liberdade, democracia e justiça estariam sendo punidos e declarou apoio ao ex-presidente: “Força, presidente, estamos com você.”
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