A indústria exportadora de carne bovina estima que cerca de 30 mil toneladas de mercadoria com destino aos Estados Unidos estão paradas em alto-mar ou em portos do país. A estimativa se dá depois do anúncio do governo norte-americano de imposição de tarifa adicional de 50% sobre produtos importados brasileiros.
“Temos cerca de 30 mil toneladas de carne bovina produzidas que estão nos portos ou em alto-mar”, afirmou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, a jornalistas depois de reunião do setor agropecuário no âmbito do comitê interministerial do governo que discute a reação do Executivo ao tarifaço dos EUA. “A nossa preocupação é como será o desdobramento a partir de 1º de agosto.”
“É um volume em torno de US$ 150 milhões a US$ 160 milhões que já estão produzidos e a caminho dos Estados Unidos”, prosseguiu o representante da Abiec. “É uma preocupação adicional ao produtor de carne bovina.”
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De acordo com Perosa, a sobretaxa de 50% torna inviável a exportação de carne bovina aos EUA. O mercado norte-americano é o segundo maior comprador da proteína brasileira, atrás apenas da China.
“Os frigoríficos já estão parando de produzir carne destinada aos Estados Unidos, haja vista a incerteza da taxação”, disse o executivo. Hoje, a carne bovina brasileira é exportada ao país com imposto da ordem de 36%.
Para carne ser exportada aos EUA, governo brasileira precisa negociar


Roberto Perosa afirmou que o setor levou a indicação ao governo federal de que negociação com os EUA precisa continuar. “Nossa sugestão de imediato é, se possível, uma prorrogação do início dessa taxação porque existem contratos em andamento”, observou o presidente da Abiec. ‘Não há tempo hábil de desfazer esses contratos até dia 1º.”
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Ele disse ainda que a indústria brasileira está em negociação com os importadores norte-americanos em apoio às negociações do governo federal, levando a relevância dos números para ter a prorrogação ou reversão da medida.
“Hoje nós complementamos a produção americana, que está em seu menor ciclo pecuário dos últimos 80 anos e o Brasil exporta basicamente o que é utilizado para produção de hambúrgueres, caso do dianteiro bovino”, disse Perosa.
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado