A taxação de 50% dos produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pode afetar mais de 500 mil apicultores brasileiros, estima a a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel), Renato Azevedo, atualmente, 80% das exportações de mel do Brasil são destinadas aos Estados Unidos. “A gente depende totalmente desse mercado. No curto prazo, a gente precisa negociar e ter uma extensão de prazo. A médio e longo prazos é preciso diversificar mercados promovendo o mel brasileiro em outros países”, afirmou Azevedo.
Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!
Para Azevedo, é necessário elaborar um plano para reduzir a dependência dos Estados Unidos e buscar a inserção do produto na União Europeia, por exemplo, e em outros mercados.
Wellington Dantas, diretor executivo da Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), também defende que o setor encontre alternativas.
“Diante das circunstâncias, a Apex pode dialogar com outros setores, ver possíveis mercados e nos ajudar com outros órgãos, como Ministério da Agricultura e Pecuária e Companhia Nacional de Abastecimento, para ver a possibilidade de absorver alguma parte da produção aqui no Brasil.
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, diz que o setor de mel é estratégico e que a agência tem buscado soluções para o impasse comercial com os EUA.
“A produção brasileira de mel e própolis é estratégica. O momento pede união e cooperação e é isso que estamos promovendo. Sabemos que cada setor tem suas particularidades. Vamos construir juntos alternativas diante deste novo cenário global”, disse Viana.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil produziu 64,2 mil toneladas de mel em 2023.