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Tarifaço de Trump pode amargar o mel do Piauí, e do do Brasil

Empurrado pelo calor do sertão, nenhum Estado lucra mais com a exportação de mel do que o Piauí, no Brasil. A alma do negócio? Vender para quem tem dinheiro de sobra: os Estados Unidos. Eles são os maiores clientes das abelhas brasileiras no exterior, mas o tarifaço do presidente Donald Trump pode amargar o mercado. Antes mesmo da taxa extra de 50%, outros países mundo afora já tinham colmeias mais importantes para a Casa Branca.

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Os norte-americanos consomem em torno de 252 mil toneladas por ano, mas conseguem produzir apenas 25% disso. É mais ou menos o equivalente a uma xícara de chá diante de uma garrafa de um litro. Ou seja, resta importar para dar conta de tanto apetite.

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Contudo, não são apenas as abelhas brasileiras que produzem em volume suficiente para exportação. Embora estejam no pódio dos exportadores das Américas, ficam com a medalha de bronze. Segundo o Banco Mundial, elas abastecem somente 11% do que os norte-americanos consomem de mel. É um copinho de dose, em comparação com o litro.

O ouro fica com a Índia (30%) e a prata com um país do Mercosul que virou a menina dos olhos do governo Trump: a Argentina, governada por Javier Milei. As abelhas argentinas fornecem 17% do que os norte-americanos consomem — incluindo aquele das panquecas nos filmes. E, para elas, nada de taxação extra de 50%.

Mel do Piauí (e do Brasil) para o mundo?

Com o Piauí em destaque, o Brasil ganha montanhas de dólares com esse mercado. A fome pelo produto rendeu quase US$ 80 milhões aos brasileiros em 2024 — e por volta de US$ 25 milhões vieram do comércio encabeçado pelos piauienses.

Em 2024, por exemplo, o Estado vendeu 9 mil toneladas para os EUA — o que corresponde a quase todas as exportações estaduais do produto. Ou seja, sem o país governado por Trump, nada (ou praticamente isso) de exportações piauienses. A situação é bem parecida nos demais Estados.

Os norte-americanos compram 80% de todo o mel vendido pelo Brasil no exterior. Comparando com a mesma garrafa de um litro, o resto do mundo compra apenas aquela xícara de chá. Se o tarifaço de Trump azedar esse mercado, vai sobrar ferrão em todo o país.


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